Estrutura reforçada do Presídio Federal da Capital não permite mesmo esquema de fuga de Mossoró

Uma fonte da segurança penitenciária dos presídios federais do Brasil informou que a estrutura reforçada do Presídio Federal de Campo Grande não permite o mesmo esquema de fuga utilizado por dois internos do Presídio Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte

Há duas semanas, os presos Rogério Mendonça e Deibson Nascimento abriram um buraco no local onde ficava uma luminária da cela e conseguiram escapar pelo teto. Na Capital, conforme a fonte ouvida pelo jornal Correio do Estado, a estrutura do presídio é feita com duas lajes, enquanto a de Mossoró tem apenas uma.

Segundo a fonte, em razão de a unidade prisional de Campo Grande ficar em um “buraco, cercada de mata e com uma linha de trem da mesma altura das torres”, conta com muralha.

“Eu diria que em Campo Grande não tem as falhas estruturais que foram apresentadas em Mossoró. Tanto porque foi feito um pente-fino agora, nessa última semana. Inclusive, aquele setor que teve o problema [em Mossoró] aqui é diferente, tem uma outra laje em cima por onde o preso saiu. É uma questão de engenharia diferente”, pontuou.

Além disso, a fonte informa que as câmeras de segurança da unidade de Campo Grande são novas e digitais, enquanto as de Mossoró são analógicas e, em sua maioria, estavam inativas. Os cinco presídios federais – em Mossoró, Campo Grande, Brasília (DF), Porto Velho (RO), e Catanduvas (PR) – foram construídos seguindo um padrão de segurança que, conforme o Ministério da Justiça, vai desde a área de construção das penitenciárias até o modelo das celas e o sistema de monitoramento dos presos.

Entretanto, foram encontradas algumas falhas na estrutura do presídio de Mossoró, entre elas, no teto, que tinha apenas uma camada de laje. Sendo assim, após abrir o buraco no teto da cela, os presos tiveram acesso direto à área onde ficam fiação de energia elétrica, tubulações de água e ventilação.

Todas as unidades têm o padrão de área total de 12,3 mil metros quadrados, as celas são divididas em quatro módulos individuais, de cerca de 6 m² cada, e contam com dormitório, sanitário, pia, chuveiro, mesa e assento. Os talheres e até mesmo a escova de dente e o aparelho de barbear dos detentos são confiscados pelos agentes diariamente, para evitar que possam ser usados como ferramentas.

Todas as visitas são realizadas no parlatório, local onde as conversas são gravadas e supervisionadas, e devem ter duração máxima de até duas horas. Os banhos de sol também estão previstos, com duração de duas horas, e são permitidas conversas entre, no máximo, três pessoas. Todo o deslocamento dentro da unidade, por exemplo, para o banho de sol, é feito com o preso algemado.

Entre os equipamentos de vigilância, existe a torre, que é o local em que um agente federal monitora a movimentação da unidade. Há também câmeras, todas as celas são vistoriadas diariamente, há scanner de bagagem e detectores de metal, pelo qual todas as pessoas que entram nas unidades devem passar, durante a vistoria.