Clínicas de estética da Capital entram na mira da Polícia após 8 pessoas sofrerem choque anafilático

A Decon (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo) abriu quatro inquéritos contra clínicas de estética de Campo Grande após  oito mulheres sofrerem choque anafilático durante procedimentos no rosto.
O delegado de Polícia Civil Reginaldo Salomão explica que houve uso de anestésicos nessas pessoas e agora é preciso saber se os profissionais responsáveis estavam habilitados ou não.
Ainda no início, os inquéritos vão ouvir os pacientes – um de cada clínica e mais quatro casos que ainda não foram analisados – mas sem data agendada.
Em clínicas de estética não se pode usar anestesia regional ou geral, mas são liberados anestésicos tópicos ou o chamado “botão anestésico”, que se trata da aplicação sob a pele do medicamento, que vai agir somente na área específica, reduzindo a sensação de dor.
Conforme o delegado Reginaldo Salomão, todas as manobras feitas nos pacientes foram no rosto e um deles no nariz. Sobre os possíveis profissionais que manipularam o produto que pode ter gerado a reação alérgica mais grave, ele diz que “não era médico e nem dentista”.
Como a investigação ainda está muito no começo, ele avalia que em abril deste ano haverá informações mais substanciais sobre os casos. Até lá, ele quer que as pessoas que passam pelas clínicas procurando por algum tratamento estejam de olho e em alerta.
Ele alerta ainda que é importante que as pessoas pesquisem quem é esse profissional, que não se deixem levar pela aparência, porque uma boa aparência seja do profissional ou do ambiente é um bom disfarce do estelionatário.
As pessoas precisam procurar se aquele profissional tem habilitação para fazer aquele procedimento e, às vezes, é melhor adiar o sonho um pouquinho, juntar um dinheirinho e fazer uma coisa com segurança, com um profissional que vai fazer uma série de exames para saber como o seu corpo irá reagir e antes de fazer.
Em relação às clínicas, Reginaldo Salomão informa que são quatro, sendo uma investigação para cada uma. Ele disse que a preocupação é grande, porque a Polícia sabe que há um número muito maior que isso.
 Uma das coisas que a Polícia quer saber é o tipo de anestesia e se seria necessário haver equipamentos de socorro imediato no local diante do tipo de procedimento realizado.
Em alguns casos, os pacientes tiveram que ser socorridas pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) no momento do atendimento em clínica.
Essas pessoas foram socorridas durante o procedimento e duas ou três tiveram choque anafilático, que é a forma mais grave de reação de hipersensibilidade (alergia), desencadeada por diversos agentes como drogas, alimentos e contrastes radiológicos.
Os sinais e sintomas podem ter início após segundos à exposição ao agente ou até uma hora depois. A avaliação e o tratamento imediatos são fundamentais para evitar a morte.
As principais causas são: venenos de abelhas, marimbondos, vespas, etc; medicamentos como penicilina, anti-inflamatórios, anestésicos, contrastes contendo iodo, insulina, entre outros.
Alimentos também podem causar o choque, como  camarão, mariscos, frutos do mar e amendoim. Látex e derivados da borracha, como luvas, também entram  na lista.
Entre os sintomas estão: sensação de desmaio; pulso rápido; dificuldade de respiração, incluindo chiados no peito, tosse; náusea e vômito; dor no estômago; inchaço nos lábios, língua ou garganta; placas altas e com coceira na pele (urticária); pele pálida, fria e úmida; tontura, confusão mental, perda da consciência; e parada cardíaca. Com informações do site Campo Grande News