Guerra na fronteira: 20 ainda estão marcados para morrer após o assassinato de Rafaat

Caminhonete carbonizada na fronteira - Fotos: Candido Figueiredo - ABC Color
Uma caminhonete Nissan cabine dupla foi encontrada na fronteira do Brasil como o Paraguai completamente incinerada em uma estrada vicinal com um corpo de uma pessoa do sexo masculino dentro no último domingo dia 10/07.
Segundo o site ABC Color a descoberta macabra foi feita a 100 metros da linha internacional na rota entre as cidades brasileiras de Aral Moreira e Coronel Sapucaia na região Sul do Estado.
Esta cena tem sido cada vez mais corriqueira e o que chama a atenção é que a maioria dos casos é do lado brasileiro da fronteira seca que tem mais de mil quilômetros de extensão.

HAVERÁ MAIS EXECUÇÕES

Tudo indica que, após o ataque ao chefão da fronteira Jorge Rafaat Toumani, no último dia 15 numa ação cinematográfica em que foi usada até uma metralhadora .50, (veja a cobertura completa no Blog do Nélio) uma série de execuções na faixa de fronteira estaria sendo realizada pelos novos “patrões” da fronteira para liquidar integralmente os rivais na área, de acordo com o site paraguaio.

O ABC Color, através do seu repórter baseado em Pedro Juan Caballero, Candido Figueiro, faz uma revelação assustadora.

Existiria uma lista com cerca de 20 pessoas a serem eliminadas.

No entanto, a morte do narcotraficante Jorge Rafaat não está favorecendo novos “capos” (líderes), que estão realizando ainda execuções seletivas.

O que é pior. As mortes são feitas do lado brasileiro a fim de não chamar a atenção das autoridades paraguaias para a região que vive clima delicado agora.

Isso vem causando um problema para Mato Grosso do Sul. Os crimes ocorridos na fronteira vão para a contabilidade dos brasileiros.

Segundo o diretor-geral da Polícia Civil de MS, Marcelo Vargas, esses crimes são de difíceis soluções e quase sempre com corpos carbonizados. Isso dificulta a identificação da causa “mortis” e constam como “morte a esclarecer”.

No entanto ele alega que o índice de homicídios resolvidos do lado brasileiro chega a quase 70% o que seria um índice altíssimo em comparação aos números nacionais e internacionais.

Outra característica da fronteira é também bandidos daqui executarem pessoas no lado paraguaio.

Não é de excluir que a vítima encontrada dentro da caminhonete pode ser de uma das pessoas “marcadas” para morrer pelos novos sacerdotes do crime organizado nessa fronteira.