Dados sobre estelionatos disponibilizados pela Sejusp (Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública) revelam que, em 11 anos, o número de casos em Mato Grosso do Sul saltou de 3.011 em 2013 para 58.379, um aumento de 1.839%.
De acordo com o site Campo Grande News, o ano de 2022 foi o período com mais casos de estelionato desde 2013, com 13.057 ocorrências, sendo que Campo Grande concentrou a maior parte dos registros, com 5.346 casos.
Muitos desses casos envolvem compra e venda de veículos em plataformas como o Marketplace (do Facebook). No último mês, o Campo Grande News noticiou casos de estelionatos que começaram na rede social. Um deles envolve jovem de 21 anos que perdeu R$ 4 mil ao tentar comprar moto anunciada na plataforma.
Ainda em janeiro, um homem caiu em um golpe ao comprar um carro avaliado em R$ 70 mil por cerca de 20% do valor. A vítima encontrou o anúncio de um Citroën C3 custando apenas R$ 13 mil pela plataforma de vendas do Facebook.
Ao negociar, a suposta vendedora afirmou que não entregaria o carro até receber o valor por transferência eletrônica. A vítima enviou o valor combinado e foi bloqueada nas redes sociais pelo estelionatário.
O garagista Madson Pereira, de 41 anos, que trabalha há cerca de 15 anos com a venda de automóveis seminovos e usados, comenta que uma das principais formas do vendedor não cair em golpes é verificar e confirmar as informações com atenção. Uma prática recorrente, segundo o garagista, é o golpe que envolve a falsificação da CNH (Carteira Nacional de Habilitação) e as assinaturas online de documentos.
Os golpistas querem confirmar financiamentos por assinatura digital, usando a foto do golpista, a CNH com dados de outra pessoa e a confirmação via selfie. O delegado de Polícia Civil Ricardo Meirelles orienta que a pessoa deve checar as informações a respeito de possíveis cobranças, promoções ou compras feitas pela internet.
Ele instrui que seja feita a checagem de dados por meio de canais e sites oficiais. Em caso de compras onlines, é recomendado que o cliente opte por comprar através de aplicativos autorizados e verificados pelas lojas de aplicativos, como a Apple Store e a Play Store. O profissional também alerta para links suspeitos e propostas de emprego que chegam por meio das redes sociais.
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