O site O Antagonista divulgou há pouco que o advogado e deputado federal eleito por Mato Grosso do Sul, Marcos Zborowski Pollon (PL), presidente do movimento Pró-Armas, teve supostamente seu nome citado por George Washington de Oliveira Sousa, preso no dia 25, em Brasília (DF), após tentar explodir um caminhão tanque com combustível em Brasília (DF).
O nome de Pollon foi citado pelo pré-candidato ao governo do Pará pelo Pros, Ricardo Cunha, que é apontado como um dos financiadores de George Washington. O site O Antagonista entrevistou Ricardo Cunha, que descreveu um telefonema de George Washington na madrugada, quando o suspeito de atentado a bomba em Brasília já estava preso.
“Eu estava chegando em Redenção, uma cidade vizinha da minha. Já era 1:30 da manhã quando George ligou da delegacia, pedindo que eu procurasse uma pessoa chamada Pollon [Marcos Zborowski Pollon], do Pró Armas. Que avisasse pra mulher dele que ele estava preso, mas estava bem“, disse Cunha, que nega ter enviado qualquer valor para o empresário preso para pagar advogados ou qualquer outra despesa.
Ao Antagonista, Cunha disse que Washington é uma pessoa boa, e acredita que a culpa são dos “remédios controlados”. Os autos da prisão citam que o empresário preso faz uso de Vervanse, uma medicação controlada usada para Transtorno de Déficit de Atenção por Hiperatividade (TDAH). “O Washington é uma pessoa boa. O problema dele são os remédios controlados que ele toma”, disse Cunha a este site.
Marcos Pollon (PL) foi o deputado federal mais votado por Mato Grosso do Sul nas Eleições 2022. Ele conquistou 103.111 votos nas eleições deste ano. Fundador do Pró-Armas, movimento que tem como garoto-propaganda e entusiasta o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL), Pollon apoiou-se no discurso bolsonarista e na pauta armamentista para se eleger. O Correio do Estado fez contato com Marcos Pollon, mas não teve retorno até a publicação da reportagem.
Após a prisão de um homem na véspera de Natal, a Polícia Civil do Distrito Federal investiga a participação de outras pessoas na tentativa de explosão de uma bomba em área próxima ao aeroporto de Brasília. No sábado, um manifestante ligado aos protestos de apoiadores de Jair Bolsonaro no Quartel General do Exército, em Brasília, confessou ter armado o artefato, alegando que queria “provocar o caos” para levar à intervenção das Forças Armadas e impedir a posse do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva.
George Washington de Oliveira Sousa, de 54 anos, gerente de um posto de combustível no Pará, é defensor do atual presidente e tem conexões com outros bolsonaristas que acampam em frente ao QG do Exército. À polícia, ele afirmou que o plano era atingir também um poste duplo de uma subestação de energia em Taguatinga, região administrativa do Distrito Federal, para provocar falta de energia e dar “início ao caos que levaria à decretação do estado de sítio”.
O plano ainda envolveria explodir uma bomba no estacionamento do aeroporto de Brasília durante a madrugada e, em seguida, seria feita uma denúncia anônima de que outras duas bombas estariam no interior da área de embarque. O Tribunal de Justiça do DF autorizou a prisão preventiva do suspeito no fim da manhã de domingo.
“Tem outras pessoas envolvidas que serão identificadas e presas”, disse o diretor-geral da Polícia Civil do DF, delegado Robson Cândido, em entrevista coletiva. “Ele queria, o grupo dele, gostaria de chamar a atenção, justamente ir para o aeroporto explodir lá esse artefato para causar um tumulto dentro da nossa cidade com esse objetivo ideológico deles, político.”
De acordo com a Polícia, o manifestante que confessou ter montado o explosivo, retirado da Estrada Parque Aeroporto, viajou de Xinguará, no Pará, a Brasília para participar das manifestações em apoio a Bolsonaro “por acreditar que ele é um patriota e um homem honesto”. O artefato explosivo foi encontrado à margem da pista de rolamento, no gramado de um canteiro central da via de acesso ao aeroporto.
À Polícia Civil, George Washington afirmou que fabricou a bomba com a dinamite que tinha, mais espoleta e detonador entregues a ele no dia 23, por volta de 11h30, por um “manifestante desconhecido” que estava acampado no QG. A bomba poderia ser disparada por um controle remoto a cerca de 50 metros de distância. George Washington disse que sugeriu que o artefato fosse usado na subestação em vez do aeroporto.
De acordo com o delegado, houve a tentativa de acionamento da bomba, mas o artefato não explodiu. Para ele, o homem queria implantar o “caos”. “Ele faz parte desse movimento de apoio ao atual presidente e estão imbuídos nessa missão, segundo eles ideológica. Isso é um ato que nunca existiu em Brasília. Se esse material adentrasse o aeroporto seria uma tragédia jamais vista. A intenção deles era explodir (a bomba) e causar esse tumulto baseado nessa ideologia”, afirmou o delegado.