Fumaça na cachola! PF combate tráfico de indígenas para atuar em roças de maconha

Com colaboração da Funai (Fundação Nacional do Índio), a Polícia Federal deflagrou, nesta terça-feira (29), a “Operação Ceuci Mirim” para combater o “recrutamento” de indígenas, principalmente adolescentes, para serem submetidos a condições semelhantes à escravidão em lavouras de maconha no Departamento de Amambay, região paraguaia que faz fronteira com Mato Grosso do Sul.

 

Ao todo, a PF está cumprindo oito mandados de busca e apreensão, sendo três no município de Paranhos, dois em Aral Moreira e os demais em Tacuru, Amambai e Antônio João. A organização criminosa atua na fronteira do Brasil com o Paraguai, principalmente na região do Cone Sul de Mato Grosso do Sul, que faz fronteira com o Departamento de Amambay, onde estão pelo menos 70% da produção de maconha do país vizinho.

 

Os indígenas são recrutados pela quadrilha nas aldeias de Paranhos, Coronel Sapucaia, Aral Moreira, Amambai, Antônio João, dentre outras regiões. As investigações foram feitas de forma conjunta entre a PF, MPF (Ministério Público Federal), Promotoria de Justiça do Paraguai e Polícia Nacional do Paraguai.

 

Conforme a PF, como os crimes se consumam em território estrangeiro, as buscas feitas hoje têm como finalidade obter provas da prática de tráfico de pessoas, tipificado nos artigos 239 da Lei 8.069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente) e no artigo 149-A do Código Penal.

 

Com a apreensão de dispositivos eletrônicos, documentos e outros elementos de prova, a PF espera identificar vítimas, aliciadores e proprietários de lavouras de maconha no Paraguai para onde os indígenas são levados.