O deputado federal Loester Trutis (União-MS), mais conhecido como “Tio Trutis”, voltou a aprontar das suas na semana passada. De acordo com o site Campo Grande News, o “nobre” parlamentar conseguiu “driblar” o STF (Supremo Tribunal Federal) para não ser notificado pela acusação de falso atentado ocorrido em 16 de fevereiro de 2020 e porte ilegal de arma de fogo de uso restrito.
Tio Trutis já escapou de várias tentativas de notificação e, de acordo com certidão anexada ao processo, o parlamentar marcou encontro com o oficial de Justiça José Paulo Azevedo de Carvalho para dia 15 de fevereiro, no próprio gabinete na Câmara dos Deputados, em Brasília (DF). No entanto, ele não estava no local e não foi localizado. O STF deu 15 dias para ele se defender da acusação, cujo prazo só começa a contar a partir da citação.
“Certifico que, por meio de contato telefônico realizado no dia 08.02.22, com o próprio deputado, agendei para o dia 15.02.22, no período da tarde, o cumprimento do presente mandado em seu gabinete. Encaminhei ao parlamentar mensagem via aplicativo de mensagens WhatsApp registrando o agendamento. Na data estabelecida, pela manhã, encaminhei nova mensagem tentando estabelecer um horário certo para o cumprimento, mas não houve resposta”, descreveu o oficial de Justiça.
José Carvalho diz, no documento, que fez várias outras tentativas, sem sucesso. “Dirigi-me, então, por volta das 14h30min, à Câmara dos Deputados, Anexo III, Gabinete 380. Contudo, o deputado não estava e o servidor presente noticiou que o parlamentar não vem à cidade há algum tempo. Nos dias seguintes, sem sucesso, novos contatos telefônicos foram tentados. Nesta data, às 10 horas, dirigi-me ao SQS 311, bloco A, apartamento funcional ocupado por Trutis. Todavia ninguém atendeu o interfone. Dessa forma, sem êxito no cumprimento da diligência, devolvo o presente mandado sem o cumprimento da ordem exarada até nova determinação”, relatou
Já o chefe de gabinete de Trutis, Ciro Nogueira Fidelis, também indiciado, foi notificado dia 13 de fevereiro, conforme certidão assinada pelo analista judiciário Guilherme Satiro Neto. Em 16 de fevereiro de 2020, o carro em que estavam Tio Trutis e seu chefe de gabinete foi atingido por vários tiros. Eles viajaram de Campo Grande para Sidrolândia. Após oito meses de investigação, no entanto, a Polícia Federal em Mato Grosso do Sul concluiu que o parlamentar montou a farsa com ajuda do seu assessor.
Com base nas provas apresentadas pela PF, o STF autorizou uma operação contra o parlamentar, desencadeada em 12 de novembro de 2020. Trutis chegou a ser preso, mas foi liberado horas depois por determinação da ministra Rosa Weber. Em outubro do ano passado, a Procuradoria-Geral da República denunciou o deputado por comunicação falsa de crime, porte ilegal e disparo de arma de fogo. A PGR utilizou laudos da PF para concluir que Tio Trutis forjou o próprio atentado para se beneficiar do fato politicamente.
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