Polícia prende em Bataguassu cafetão e cafetina que ofereciam adolescentes em “cardápio” a ex-vereadores e PMs

Durante a “Operação Força e Pudor”, a Polícia Civil prendeu, ontem (4), em Bataguassu (MS), Ronaldo Luiz Marques de Andrade, 53 anos, e Darle Dominical, 32 anos, pelos crimes de exploração sexual infantil e corrupção de testemunha.

Os dois eram cafetões e agenciavam diversas adolescentes, inclusive tinham um conjunto de fotos das meninas, o qual era chamado de “cardápio”, entregues aos clientes, formados por ex-vereadores, policiais militares e empresários.

Segundo a Polícia Civil, Ronaldo Andrade estava foragido desde fevereiro, quando foi decretada a prisão preventiva. “Durante a abordagem, o irmão do investigado tentou interferir na ação policial, praticando delitos de desobediência, desacato e calúnia contra a equipe, o que resultou em sua prisão em flagrante”, diz nota da corporação.

Já Darle Dominical chegou a incendiar a cela da delegacia da Polícia Civil, sendo que ela já tinha sido condenada pelo mesmo crime no ano de 2019. Ex-vereadores, policiais militares e empresários faziam parte da rede de exploração sexual de menores, porém, os nomes dos investigados não foram divulgados.

As apurações começaram em 2023 e em fevereiro deste ano para cumprir ordens judiciais contra investigados. A investigação apontou que a cafetina presa ontem recrutava menores de idade, entre 14 e 17 anos, e oferecia no “cardápio” aos clientes.

O programa custava aproximadamente R$ 250. “Ela aliciava essas meninas, que faziam os programas em motéis, ranchos e pousadas”, revelou a delegada de Polícia Civil Izabela Borin.

“Pegamos conversas da cafetina com as meninas, em que fala que o cliente estava esperando e apontava os locais. Ela constrangia, forçava a ir. Às vezes as meninas não tinham com quem deixar os filhos e ela forçava”, disse a delegada.

Após a prisão em fevereiro, a cafetina, que acreditava na impunidade, causou tumulto na delegacia de Bataguassu, foi transferida para Brasilândia, onde chegou a incendiar uma cela. Depois, ela foi transferida a um presídio da região.