MEC abre investigação contra a Uniderp por manipular valores para receber mais do Prouni

A Secretaria de Educação Superior do MEC (Ministério da Educação) abriu processo investigatório contra a Anhanguera Uniderp para apurar suposta fraude na concessão de bolsas de estudo pelo Prouni (Portal Único de Acesso ao Ensino Superior), um programa do Governo Federal que oferece bolsas de estudos em faculdades privadas para estudantes de baixa renda.

A Anhanguera Uniderp é controlada pelo grupo Cogna, ligado a Walfrido Mares Guia, que é muito próximo do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). De acordo com reportagem do jornal Folha de São Paulo, o empresário e ex-deputado federal integra o conselho de administração e coordena o Comitê Financeiro do grupo, que, com ações na B3, vale R$ 6 bilhões.

Técnicos do MEC afirmam que as averiguações preliminares já vinham sendo conduzidas desde 2021. Entre os indícios de irregularidades, a Anhanguera Uniderp teria inflado artificialmente o preço das mensalidades para receber mais do governo pelas bolsas parciais via isenção de tributos.

Caso seja confirmada pelas investigações em curso, a situação configura crime e, por isso, terá de ser encaminhada para o MPF (Ministério Público Federal), ainda segundo os técnicos ouvidos sob anonimato pela Folha de São Paulo.

Na esfera administrativa, a punição para um caso dessa natureza varia desde a oferta de mais bolsas integrais até a suspensão do programa por três processos seletivos consecutivos. No limite, a escola pode ser excluída do Prouni.

Por meio de sua assessoria, a Anhanguera Uniderp afirmou que cumpre a legislação e disse que segue em contato com o ministério desde a data de publicação da portaria [que abriu a investigação] para esclarecer os fatos para o arquivamento do processo.

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