Foi fazer “gracinha”, comandante da PMR é preso após assediar titular da Delegacia da Mulher

O comandante da PMR (Polícia Militar Rodoviária) de Paranaíba (MS), 2º tenente PM Adriano Aparecido Pereira Mendes de Figueiredo, foi preso, na noite de sábado (22), após assediar sexualmente a delegada de Polícia Civil Eva Maira Cogo da Silva, titular da DAM (Delegacia de Atendimento à Mulher) do município.

De acordo com o boletim de ocorrência, Adriano de Figueiredo teria desacatado e importunado sexualmente a delegada e, pelos crimes, recebeu voz de prisão em flagrante do marido da vítima, o delegado de Polícia Civil Igor Mendes de Faria.

O episódio ocorreu quando o marido de Eva Maira Cogo foi ao caixa pagar a conta do restaurante onde estava com a esposa e o comandante da PMR aproximou-se da vítima, aparentemente alcoolizado. Ele teria olhado a delegada nos olhos e dito: “faz marquinha e fica aí tentando esconder”. Com sorriso malicioso, segundo depoimento, o homem direcionou o olhar ao seu quadril.

A delegada afirma que estava usando calça jeans de cós alto, porém com duas pequenas frestas laterais que deixariam amostra as marcas de biquíni, tampadas por seus braços na posição em que estava mexendo no celular na hora em que ocorreu o assédio. Ela explicou, ainda, que estava fora do horário de trabalho e com roupas condizentes com momento de lazer, no entanto, mesmo que não fosse assim, não justificaria ser assediada. “Me senti extremamente constrangida”, declarou.

Eva Maira Cogo afirmou que, não fosse o comentário e olhar libidinosos, só teria achado o ocorrido “inoportuno”, contudo, foi tudo muito constrangedor. Quando pediu para o 2° tenente PM se identificar, houve recusa e, mesmo com o marido se identificando como delegado, ele seguiu se negando a dizer quem era. Quando cedeu, revelou em tom de deboche que era tenente e comandante da PMR no município.

A vítima o reconheceu de palestra que participaram meses atrás e o marido dela deu voz de prisão ao 2º tenente PM, que foi encaminhado à Delegacia de Polícia Civil sem algemas, mas no banco traseiro da viatura. Diante do delegado de Polícia Civil Francisco Moreira, que estava de plantão, o 2º tenente PM sustentou que havia somente cumprimentado a vítima.

Enquanto o caso era registrado, segundo Eva Maira Cogo, o autor do assédio perguntou, ainda em tom debochado, se ela tinha se acalmado. Em resposta, a delegada disse que está há oito anos à frente da DAM, tratou de casos semelhantes e jamais imaginou passar por tamanho constrangimento. Por isso, quer que todas as providências sejam tomadas. Adriano de Figueiredo segue preso e passa por audiência de custódia nesta segunda-feira (24) em Campo Grande (MS).