De galã só o nome: ex-líder do PCC mentor da execução de Rafaat é condenado a 19 anos de cadeia

O narcotraficante brasileiro que tentou assumir o controle da fronteira entre o Paraguai e Mato Grosso do Sul em nome da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) após planejar e executar o assassinato do outrora “Rei da Fronteira”, o também traficante e contrabandista Jorge Rafaat Toumani, em 15 de junho de 2016, vai passar os próximos 19 anos atrás das grades.

Trata-se de Elton Leonel Rumich da Silva, 35 anos, mais conhecido como “Galã”, que foi preso em fevereiro do ano passado depois de ser descoberto em um estúdio de tatuagem em Ipanema, no Rio de Janeiro (RJ). Ele foi condenado pela Justiça Federal de Ponta Porã (MS) a 19 anos de prisão por integrar organização criminosa.

Segundo o MPF (Ministério Público Federal), responsável pela acusação, Galã viveu do crime desde os 20 anos de idade sem nunca ter comprovado qualquer atividade laboral ou empresarial lícita. Na época em que foi preso, ele era um dos “chefões” do PCC na fronteira do Paraguai com Mato Grosso do Sul, pois tinha acabado de eliminar o principal concorrente, Jorge Rafaat Tounami, com a ajuda do também narcotraficante brasileiro Jarvis Chimenes Pavão, que atualmente está preso no Presídio Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte.

Além de ser condenado a 19 anos de prisão em regime fechado, Galã terá de pagar cerca de R$ 4 milhões em multa. De acordo com o MPF, a Justiça levou em conta que ele se dedicava a ações criminosas pelo menos desde 2005 e, dentro da organização, era responsável por “fazer compras de drogas em grande escala, administrar os armamentos e os veículos, controlar o pagamento de propina para policiais paraguaios e controlar o pagamento de salários aos membros da organização”.

“Todo o histórico da vida pregressa do acusado Elton Leonel, trazido didaticamente nas alegações finais do órgão ministerial, é relevante para ficar claro que ele, ao menos desde os 20 anos de idade, vive exclusivamente da prática de crimes, sem prova, é bom também ressaltar, do exercício de qualquer atividade econômica lícita que lhe gerasse renda também lícita”, assinalou em sua sentença o juiz federal Márcio Martins de Oliveira, da 2ª Vara da Justiça Federal de Ponta Porã.

Além de Galã, outras duas pessoas foram condenadas no processo: Lucas Pereira Theodoro, que pegou pena de 1,2 ano de prisão e vai começar a cumprir já no regime semiaberto; e Luis Henrique da Silva, que recebeu pena de 1 ano, que cumprirá em liberdade, destinando três salários mínimos a uma instituição social e prestando serviços.

“Todo o histórico da vida pregressa do acusado Elton Leonel, trazido didaticamente nas alegações finais do órgão ministerial, é relevante para ficar claro que ele, ao menos desde os 20 anos de idade, vive exclusivamente da prática de crimes, sem prova, é bom também ressaltar, do exercício de qualquer atividade econômica lícita que lhe gerasse renda também lícita”, destacou o magistrado federal.

Galã também passou a ser réu em outro processo, por lavagem de dinheiro, já que, conforme o MPF, usava contas bancárias abertas em nome de “laranjas” em Ponta Porã para receber dinheiro do comércio de drogas. O esquema é investigado pela Delegacia da Polícia Federal em Ponta Porã. Com base na investigação, a PF cumpriu mandado de prisão preventiva contra Galã, que está no presídio de Bangu I, no Rio de Janeiro.