Ao contrário do que foi divulgado pelo Governo do Estado e Exército após pente-fino realizado nesta semana no Estabelecimento Penal de Segurança Máxima de Campo Grande, foi encontrada uma arma de fogo com os detentos. A primeira nota oficial divulgada pelo Exército e obtida pelo Blog do Nélio traz que foram apreendidos uma arma de fogo, 313 punhais artesanais, 35 facas e 34 tesouras, bem como 69 carregadores para celular, 34 chips e 58 celulares.
Os presidiários ainda tinham 143 fios elétricos de diversos tamanhos, recipientes contendo líquido inflamável, 243 acendedores de fogo, 602 gramas de maconha e 289 gramas de cocaína. No entanto, horas depois, uma nova nota oficial foi levada a público “desmentindo” a primeira e alegando um “erro” na divulgação.
Inicialmente o documento divulgado pelo Exército citava a apreensão de uma arma de fogo, mas, logo em seguida, a informação foi retificada pela corporação, que afirmou ter ocorrido um erro durante a digitação do resultado da ação. Na Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) a apreensão de uma arma também foi informada como um “equívoco”.
De acordo comandante Militar do Oeste, general Gerson Menandro Garcia de Freitas, teria ocorrido uma falha no momento da elaboração do relatório, confirmando somente as apreensões de armas brancas, objetos cortantes como facas e tesouras. Agora, caros leitores, o Blog do Nélio pergunta: será que foi um erro mesmo ou medo?
Outro questionamento se faz necessário: afinal de contas quem entrou com essa arma no presídio? A resposta é a mesma: conivência de quem deveria estar lá para coibir esse ilícito.
A falta de confiança da Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública em relação aos agentes penitenciários já era grande, mas agora ficou ainda maior, pois os presos conseguiram quase que triplicar a quantidade de materiais ilícitos dentro das celas.
O secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, José Carlos Barbosa, avaliou o pente-fino como uma ação discreta e sem nenhuma ocorrência. Anunciou que contará com o apoio do Exército no combate ao crime organizado em Mato Grosso do Sul. “É uma parceria importante”.
Mal sabe ele que basta os militares virarem as costas que tudo volta para dentro do presídio. O problema está do lado de fora e não lá dentro, pois, pelo que todos sabem, armas, drogas e celulares não brotam do chão, alguém entrou com isso e não adianta colocar a culpa nas mulheres dos detentos.
Tem boi nessa linha, ou melhor, tem boiada.
Por que será que as revistas feitas pelos agentes penitenciários não detectam nada?
Além, onde está essa tal arma apreendida? Por quê o Exército e a Sejusp não quiseram confirmar a informação?