Caso Sophia: Corregedoria Nacional de Justiça vai acompanhar investigações. Demorou!

A Corregedoria Nacional de Justiça instaurou pedido de providências para acompanhar as investigações sobre o caso da menina Sophia Ocampo, de 2 anos, morta no dia 26 de janeiro deste ano após ser agredida pela mãe, Stephanie de Jesus da Silva, de 25 anos, e pelo padrasto, Christian Campoçano Leitheim, de 24 anos, que estão presos e já foram denunciados pelo crime que causou revolta e comoção nacional.

 

Segundo nota divulgada pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça), o ofício foi assinado pelo corregedor nacional, ministro Luis Felipe Salomão, que solicitou informações às 10ª e 11ª Varas dos Juizados Especiais, onde tramitam processos de maus-tratos contra a criança, e à Vara de Família. As informações devem ser enviadas pelo TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) em prazo de cinco dias.

 

A morte gerou uma série de críticas aos serviços da rede de proteção às crianças, com reunião cercada de cobranças e promessas de agentes públicos de que a atenção será aperfeiçoada. Entre os fatos que chamam atenção, está o do boletim de ocorrência registrado por Jean Carlos Ocampo, pai da menina, relatando suspeita de agressão e que ficou um mês praticamente parado na 11ª Vara do Juizado de Campo Grande, até que fosse encaminhado à promotoria responsável para avaliar.

 

Stephanie de Jesus da Silva, 24 anos, e Christian Campoçano Leitheim, 25 anos, foram denunciados por homicídio qualificado por motivo fútil, pela condição do sexo feminino e pela vítima ser menor de 14 anos. No caso da jovem, mãe da criança, ainda foi imputada a omissão de socorro. A criança morava com a mãe, padrasto e outros dois irmãos (um deles filho de Christian com a primeira esposa), na Vila Nasser. A reportagem apurou que as crianças ficavam sob os cuidados de Christian enquanto a mãe trabalhava.

 

Na noite de 26 de janeiro, Stephanie chegou ao posto de saúde com a filha já sem vida. Foi então que as médicas evidenciaram lesões pelo corpo, inclusive nas partes íntimas da criança. Também perceberam que ela estaria morta havia cerca de quatro horas. Stephanie alegou que a menina estava passando mal desde o dia anterior, com dores na barriga, e que o padrasto batia como correção. Na data da morte, os dois afirmaram que a criança não foi agredida. Eles foram presos em flagrante.