Caso Motel pode ser o próximo na lista da força-tarefa a ter pedido de reabertura na Justiça

A exemplo do que aconteceu com as investigações da execução do delegado de Polícia Civil Paulo Magalhães, que foram reabertas pelo juiz Carlos Alberto Garcete, da 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande, após solicitação da força-tarefa composta pela Polícia Civil e Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) para apurar os crimes de pistolagem praticados na Capital, o próximo inquérito arquivado a ser retomado será o do “Caso Motel”.

Trata-se do duplo assassinato ocorrido em 21 de junho de 2005, no quarto de um motel em Campo Grande, que, passados 15 anos, ainda é um grande ponto de interrogação da história policial de Mato Grosso do Sul. De acordo com fontes ouvidas pelo Blog do Nélio, o pedido de reabertura deve ser encaminhado nos próximos dias à 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande.

Como no caso do delegado Paulo Magalhães, o “Caso Motel”, como ficou conhecido, voltará a ser investigado após os desdobramentos obtidos pela “Operação Ormetà”, que desarticulou uma quadrilha do crime organizado que atuava como milícia cometendo vários assassinatos em Campo Grande a mando dos empresários Jamil Name, 83 anos, e seu filho, Jamil Name Filho, 42 anos.

A Força-Tarefa da Polícia Civil, que foi criada em novembro de 2018, agora ganha musculatura e, cruzando informações, pode desenterrar casos emblemáticos que estavam sem solução. A princípio, são cerca de 15 casos que estarão sendo investigados pelo Garras (Delegacia de Repressão a Roubo a Banco, Assaltos e Sequestros), com apoio do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), que se encontrar provas robustas podem ser desarquivados e cujos mandantes nunca foram punidos.

Nesse perfil, está o “Caso Motel”, que investiga o duplo assassinato ocorrido na noite de 21 de junho de 2005, quando foram mortos por asfixia os jovens Murilo Alcalde e Eliane Ortiz. Os dois foram estrangulados, sendo que, no caso da garota de programa, as marcas ficaram aparentes no pescoço dela. Ele tinha vindo de Marechal Cândido Rondon, no Paraná, e Murilo era um jovem acadêmico.

No dia seguinte ao crime, os dois corpos foram encontrados no “Motel Chega Mais”, próximo ao centro da Capital. O que se viu a partir daí foram cenas digna de produção cinematográficas com sumiço de provas dentro do Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal), favorecimento de acusados, trapalhada da Justiça e muitos episódios que marcaram e carimbaram o caso como insolúvel.

Dois policiais militares, um traficante e um quarto homem chegaram a ser apontados como executores, mas ninguém foi condenado. O desfecho foi o arquivamento. Especula-se a possibilidade de reabertura dessa investigação desde que a força-tarefa apresentou seus primeiros resultados efetivos no fim de setembro do ano passado, com a “Operação Omertà”, que levou para a cadeia os empresários Jamil Name e Jamilizinho, como chefes de organização criminosa dedicada ao assassinato de desafetos, tanto nos negócios, quanto na vida pessoal.

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