“Abin paralela” também espionou a ministra Simone Tebet e a senadora Soraya Thronicke. Vai vendo!

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, e a senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) foram alvos de espionagem ilegal da chamada “Abin paralela” quando ambas eram candidatas a presidente da República nas eleições gerais de 2022.

Segundo a Polícia Federal, as duas sul-mato-grossenses entraram na mira da arapongagem nas duas últimas semanas da campanha eleitoral no primeiro turno. A senadora e a ministra do Planejamento do Governo Lula aparecem em uma lista com mais 19 políticos, ex-políticos e até ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), que teriam sido vigiadas clandestinamente com uso de equipamentos da Abin (Agência Brasileira de Inteligência).

Conforme reportagem da Band, que trouxe a público a lista com estes nomes, boa parte dos alvos dos arapongas ilegais estavam ligados à CPMI da Covid-19, o que ajuda a explicar por que as então senadoras de Mato Grosso do Sul aparecem nesta relação, já que durante esta CPMI tiveram os maiores embates com o governo Bolsonaro e obtiveram destaque nacional por conta de seguidas intervenções nesta investigação.

E com a visibilidade que tiveram ao longo desta investigação, acabaram sendo lançadas como candidatas à Presidência. Ainda de acordo com a reportagem do Jornal da Band, os senadores Humberto Costa (PT-PE), Rogério Carvalho (PT-SE), Alessandro Vieira (MDB-SE), Omar Aziz (PSD-AM), Otto Alencar (PSD-BA), Randolfe Rodrigues (Sem partido-AP) e Renan Calheiros (MDB-AL) também foram alvo dos mesmos arapongas.

Segundo investigações da PF, nas últimas duas semanas tiveram como principais alvos o ex-chefe da Abin, o deputado federal Alexandre Ramagem, e o vereador Carlos Bolsonaro, dossiês e documentos produzidos pela Abin paralela teriam sido impressos e entregues ao Palácio do Planalto durante o governo Bolsonaro.

As investigações apontam que o monitoramento ilegal, feito por meio do programa Firstmile, era comandado por Alexandre Ramagem (PL-RJ), delegado da PF e ex-diretor da Abin. Mas o cabeça do esquema seria Carlos Bolsonaro, vereador no Rio de Janeiro e filho do ex-presidente. Ambos negaram envolvimento e ainda não foram ouvidos pela Polícia Federal.

A reportagem da Band aponta que os investigadores da Polícia Federal têm sido minuciosos. Segundo a emissora, eles tiveram acesso aos números dos telefones rastreados, não diretamente aos nomes dos espionados. Por isso, esse levantamento é demorado: foram mais de 60 mil acessos pelo programa espião.

Governadores também foram alvos da Abin paralela, como João Doria (na época, do PSDB), eleito com o apoio de Bolsonaro no estado de São Paulo, e Camilo Santana (PT), que governou o Ceará e atualmente é ministro da Educação e senador licenciado.

Segundo fontes da apuração, o ministro do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso – hoje, presidente da Corte – também foi monitorado. Na lista aparecem ainda os ministros Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes. Além deles, também foram monitorados o deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil-SP) e os ex-deputados Rodrigo Maia (então presidente da Câmara) e Alexandre Frota, que foi eleito na onda bolsonarista, mas que depois se rebelou contra a família.

Outras autoridades espionadas incluem até mesmo aliados de Bolsonaro, como os ex-ministros Abraham Weintraub (Educação), Anderson Torres (Justiça) e Flávia Arruda (Secretaria de Governo) e o antecessor dela, o general Carlos Alberto dos Santos Cruz.

Vai vendo!!!