A conta-gotas, por quê? Polícia Civil segue com combate ao jogo do bicho e prende mais 3 na Capital

Em continuidade com as fiscalizações da “Operação Deu Zebra”, equipes da Polícia Civil de Campo Grande prenderam, ontem (11), pelo menos três pessoas envolvidas com o jogo do bicho, sendo que duas delas também foram flagradas com drogas. Os policiais civis da Denar (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Narcotráfico) foram até um bar no Bairro Danúbio Azul para verificar denúncias sobre a venda da loteria ilegal.

No local, eles foram recebidos pelo dono, que negou ser bicheiro e deixou os policiais revistarem o estabelecimento, mas logo avisou que era usuário de drogas e entregou um dichavador. A insistência do homem em confessar que usava drogas, no entanto, chamou atenção da equipe, que começou as buscas.

Durante revista no comércio, a filha do proprietário chegou em um Vectra, passou por dentro do bar e foi para uma casa aos fundos do terreno, sem perceber a presença dos policiais. Um dos investigadores a chamou para acompanhar as fiscalizações. Os dois voltaram para frente do estabelecimento e neste momento, uma caixa com 15 porções de maconha foi encontrada no balcão.

O homem negou que a droga era sua, mas foi preso em flagrante. Neste momento, a jovem – identificada como Grazielly Batista de Jesus, de 20 anos – ficou transtornada, xingou os policiais e também recebeu voz de prisão. Um dos investigadores tentou algemar a suspeita, mas ela reagiu. Esperneou, chutou e tentou morder os policiais. Ainda caiu e se machucou.

A confusão chamou atenção de moradores e os investigadores precisaram pedir reforço. Com a chegada de uma nova equipe, as buscas pela casa continuaram. Dentro do sofá, foi encontrado um revólver calibre 38, municiado e outras nove munições soltas. Na cama da mulher, foram apreendidas mais 14 porções de cocaína.

Na delegacia, a jovem confessou que as porções de cocaína e maconha encontradas eram dela. Afirmou que vende há um ano e meio, quando descobriu que estava grávida e precisou parar de trabalhar como cuidadora de idosos. Detalhou ainda que compra um quilo de cada droga e fracionar em porções. Pela maconha, cobra R$ 10 e pela cocaína R$ 20.

Ela revelou ainda que sempre compra do mesmo traficante e que de tempo em tempo ele leva a mercadoria até sua casa. Grazielly afirmou que o pai sabia sobre a venda em seu bar e que ele é, inclusive, um de seus clientes. Em depoimento, confessou também que mantinha a arma por “segurança” e que ficou nervosa com a prisão do pai, por isso xingou os policiais.

Depois, foi a vez das equipes da 7ª Delegacia de Polícia Civil irem às ruas em busca de bancas do jogo do bicho. No Jardim Zé Pereira, foram até o bar de um homem de 54 anos. Assim que abordado pelos policiais, o comerciante contou que vendia os jogos ilegais e explicou que usava um celular e uma máquina impressora para registrar as apostas, além de guardar os canhotos de jogo.

Ele foi levado para a delegacia e vai responder pela contravenção penal. Poucos metros do estabelecimento, os policiais encontraram uma mesa abandonada com canhotos semelhantes ao do jogo do bicho. Se aproximaram e confirmaram as suspeitas. No local ainda havia uma prancheta com cartaz plastificado dos números e fotos de bichos. O autor não foi encontrado.

A Operação Deu Zebra é realizada na cidade desde 3 de setembro e entra em sua 7ª fase e já levou diversos vendedores do jogo do bicho para a delegacia. O número total não foi divulgado pela Polícia. Os bicheiros cometem contravenção penal, que tem pena prevista de, no máximo, um ano de prisão. Normalmente, ela é convertida em prestação de serviços à comunidade. Com informações do Campo Grande News