Mais danos ambientais! Lama do Rio Verde despejada no Rio Prata em Jardim é alvo do MPE

O promotor de Justiça Allan Carlos Cobacho do Prado abriu inquérito civil para apurar o porquê de as águas do Rio Verde estarem cheias de lama quando chegam ao Rio Prata, no município de Jardim (MS).

Ele explicou que pretende descobrir as causas do turvamento e da sujeira das águas do Rio da Prata após o desemboque do seu afluente Rio Verde.

Até então, os relatórios sobre os danos ambientais estavam dentro de inquérito do MPE (Ministério Público Estadual) sobre turvamento e seca do Rio da Prata.

Agora, serão dois procedimentos, um exclusivo sobre a interrupção do fluxo hídrico em parte do Rio da Prata e outro para averiguar o turvamento e lameamento das águas do Rio da Prata após o desemboque do seu afluente Rio Verde.

O Rio Verde sofre com desmatamento e assoreamento. Os dois rios se juntam no município de Jardim, mas em um ponto distante dos atrativos turísticos do Prata, afamado pelas águas cristalinas.

Quando a lama veio em localidades turísticas, como em 2018, houve forte reação, diante do grave dano ambiental. Mas o rio vermelho, que segue correndo do Verde para o Prata se tornou um problema crônico.

“Realmente, o Rio Verde tem um problema grave de mata ciliar, mau uso do solo, assoreamento, processos erosivos. É importante que a gente tenha um olhar para o Rio Verde, que impacta diretamente o Rio da Prata e o Rio Miranda. Alguma coisa precisa ser feita de forma emergencial porque esses danos são muito graves para a bacia do Rio Miranda”, explicou o biólogo Sérgio Barreto, do IHP (Instituto Homem Pantaneiro).

Os sedimentos que vêm pelo Verde deságuam no Prata e são carregados para o Miranda, rio que enfrenta acelerado processo de assoreamento.

Todos estão na região hidrográfica do Paraguai. Sem uso turístico, longe dos olhos das pessoas, o Verde demorou a ter os passivos ambientais identificados.

Na última quinta-feira (17), a reportagem questionou o Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) sobre fiscalização a danos ambientais no Rio Verde e aplicação de multas, mas não recebeu resposta até a publicação da matéria. Com informações do site Campo Grande News