O deputado federal Vander Loubet (PT/MS), sobrinho do ex-governador Zeca do PT, finalmente será julgado pelo recebimento de propina no valor de R$ 1 milhão paga pela Distribuidora BR e descoberta durante as investigações da Operação Lava Jato. Ele tinha sido denunciado por esse crime há cindo anos, mas somente no dia 7 deste mês que o ministro Celso de Mello, revisor da Ação Penal nº 1.019 no STF (Supremo Tribunal Federal), pediu para agendar o julgamento do petista.
Segundo o site O Jacaré, o relator do processo, ministro Edson Fachin, concluiu o voto e encaminhou o processo para o revisor no dia 10 de março deste ano. Ele concluiu a análise dos autos e pediu o agendamento do julgamento final do deputado federal. Além de Vander, a corte julgará o cunhado, o advogado Ademar Chagas da Cruz, e o empresário Pedro Paulo Bergamaschi de Leoni Ramos.
O petista pode ser condenado a 22 anos, oito meses e 20 dias de prisão em regime fechado. O MPF (Ministério Público Federal) pede a sentença de 12 anos, cinco meses e 10 dias por corrupção passiva. Outros 10 anos, três meses e 10 dias seriam por lavagem de dinheiro. Além disso, ele corre o risco de perder o mandato de deputado federal e pagar R$ 1,9 milhão.
Delatado pelo doleiro Alberto Yousseff, Loubet foi denunciado em março de 2015 pelo então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, junto com 50 políticos na Operação Lava Jato que tinham foro privilegiado no STF. A sucessora, Raquel Dodge, manteve as acusações contra o parlamentar nas alegações finais.
Vander Loubet foi acusado de integrar o mesmo esquema de corrupção do ex-presidente da República e senador Fernando Collor de Mello, que teve o processo desmembrado. A morosidade do Supremo vem beneficiando o deputado federal, que acabou sendo reeleito no ano passado para o quinto mandato consecutivo pelo PT.
Ele está com todos os bens bloqueados por determinação do ministro Edson Fachin. O dia do julgamento ainda não está definido, mas poderá ocorrer na última semana deste mês ou início do mês de junho. A composição da 2ª Turma não é favorável ao petista, já que os ministros Fachin, Mello e Cármem Lúcia possuem fama de votar pela condenação dos acusados de corrupção na Lava Jato.
Os ministros Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski mantêm a fama de garantistas e não se incomodam com os ataques pela absolvição dos acusados por corrupção. Caso a corte determine a perda do mandato, Vander deixará a vaga para o professor Jaime Teixeira, presidente da Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul).
O advogado de Vander, Ricardo Souza Pereira, afirmou, no início deste ano, que o desejo do parlamentar é o julgamento rápido da ação. Ele acredita que seu cliente será absolvido por falta de provas.
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