Agora é oficial: o ex-deputado federal e ex-secretário estadual de Obras, Edson Giroto, vai passar mesmo mais um Réveillon atrás das grades, mais precisamente, na cela 17 do Centro de Triagem Anísio Lima, em Campo Grande (MS).
O único ainda preso da “Operação Lama Asfáltica”, já que o ex-governador André Puccinelli foi colocado em liberdade em 19 de dezembro do ano passado, Edson Giroto perdeu o último recurso que poderia livrá-lo da prisão neste ano.
Segundo informações do site O Jacaré, o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Dias Toffoli, negou, ontem (27), mais um pedido de habeas corpus do ex-braço direito de André Puccinelli.
Com a nova derrota, Giroto vai iniciar o 2º ano atrás das grades, pois ele está “hospedado” no Centro de Triagem desde 8 de maio de 2018 e já foi condenado a 9 anos e 10 meses de prisão em regime fechado.
Porém, nem tudo é só desgraça para o ex-deputado federal, pois ele tem chances reais de trocar de presídio com a progressão de regime de fechado para o semiaberto. Como concluiu neste sábado (28) um 1/6 da pena, Giroto poderá ser transferido para a Colônia Penal Agroindustrial.
A transferência só depende de despacho do juiz Mário José Esbalqueiro Júnior, da 2ª Vara de Execuções Penais da Capital, já que a promotora de Justiça Paula Volpe anexou parecer no dia 20 deste mês.
O ex-secretário estadual de Obras tinha três mandados de prisão preventiva. Dois foram derrubados pela 6ª Turma no Superior Tribunal de Justiça. Só foi mantido o mandado de prisão decretado na “Operação Fazendas de Lama”, de maio de 2016, que acabou restabelecido pela 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal.
Na véspera do recesso do Poder Judiciário, a ministra Laurita Vaz, do STJ, negou habeas corpus do ex-secretário para derrubar o último decreto que o mantém atrás das grades. Giroto recorreu na segunda-feira (23) ao Supremo e o pedido foi negado ontem por Dias Toffoli.
Com a decisão, Giroto vai passar mais uma vez as festas de fim de ano no presídio. Ele é acusado de ser um dos três chefes da suposta organização criminosa ao lado do empresário João Amorim e de Puccinelli.
O dono da Proteco dividiu a cela com o amigo por um ano e 21 dias, até 20 de maio deste ano. O ex-governador ficou preso por cinco meses no ano passado. O grupo está com os bens bloqueados e é acusado de ter desviado mais de R$ 430 milhões dos cofres públicos.
O emedebista teve duas vitórias importantes neste ano. A primeira foi se livrar do primeiro julgamento na Operação Lama Asfáltica, que começaria no dia 23 de abril deste ano e foi suspenso pelo desembargador Paulo Fontes, do Tribunal Regional Federal da 3ª Região. Em seguida, a corte encaminhou a denúncia do suposto pagamento de R$ 24,5 milhões em propina pela JBS para a Justiça estadual.
A segunda vitória foi a liberação do saque mensal de R$ 18,5 mil dos bens e contas bancárias bloqueados pelo juiz Roberto Ferreira Filho, da 1ª Vara Criminal de Campo Grande. Ele tinha perdido este benefício há dois anos, na Operação Papiros de Lama.
Com a troca de Governo e de superintendente, respectivamente Jair Bolsonaro (sem partido) e Cleo Mazotti, a Polícia Federal pôs o pé no freio nas investigações e não deflagrou nenhuma nova fase da Lama Asfáltica. A última foi a Computadores de Lama, em 27 de novembro do ano passado.
Por enquanto, o único que vem pagando os pecados apontados na Lama Asfáltica, que desvendou um dos maiores esquemas de corrupção na história de Mato Grosso do Sul, é Giroto. Ele já insinuou fazer delação premiada, mas, por enquanto, tudo não passou de blefe.