Urnas punem! Inoperância e descaso mandam 6 “medalhões” da Câmara de volta para casa

As eleições municipais deste ano em Campo Grande (MS) serviram para mostrar que nem só com nome se faz um vereador, sendo preciso mais do que discursos vazios e falta de ação. A inoperância de seis medalhões da Casa de Leis, dados como reeleitos no pleito deste ano por todas as pesquisas, teve como resultado a reprovação deles nas urnas.

Trata-se dos vereadores Odilon de Oliveira, Delegado Wellington, Eduardo Romero, Cazuza, Dr. Antonio Cruz e Chiquinho Telles. A maioria deles já tem mais de um mandato, enquanto outros, apesar da suposta força política decantada em prosa e verso pela Capital, viraram vereadores de um mandato só, como é o caso de Odilon de Oliveira e Delegado Wellington.

Filho do juiz federal aposentado Odilon de Oliveira, que ficou famoso pelo combate ao narcotráfico e até tentou ser eleito governador, mas fracassou e nem foi lembrado no pleito deste ano, o vereador Odilon de Oliveira pensou que teria uma longa carreira na Câmara de Vereadores da Capital, mas não passou de um tiro n’água.

O fato de o pai ter ficado famoso não ajudou, pelo contrário, já que, na eleição para governador, a figura de “herói” construída na época da ativa foi praticamente destruída na campanha. O fracasso do juiz Odilon nas urnas respingou no filho, que também perdeu e não conseguiu ser reeleito.

O mesmo aconteceu com o vereador Delegado Wellington, que foi eleito nas ondas do atual presidente da República, o capitão do Exército Jair Messias Bolsonaro, que fez vários militares das Forças Armadas e policiais civis, militares, rodoviários federais e federais virarem políticos.

A falta de atuação como parlamentar foi sentida pelo Delegado Wellington, que não conseguiu ser reeleito, mesmo garantindo que tinha capilaridade política em Campo Grande, o que acabou não se comprovando nas eleições deste ano e agora terá de se contentar com algum cargo político no Estado ou na Prefeitura.

Já os vereadores Eduardo Romero, Cazuza, Dr. Antonio Cruz e Chiquinho Telles dispensam apresentações, pois são velhos conhecidos pela população da Capital e todos com mais de um mandato na Casa de Leis. Porém, no pleito deste ano, a total ausência de trabalhos relevantes para a população teve como resultado a reprovação nas urnas.

O vereador Eduardo Romero, que está no seu segundo e último mandato, enfrentou, além da falta de atuação mais expressiva como parlamentar, acusações sérias, como a de abuso sexual feita por um adolescente que na época tinha 13 anos de idade.

Além disso, ele foi um dos envolvidos na “Operação Coffee Break”, que foi deflagrada em 2015 para apurar suposto esquema de propinas e compra de voto na Câmara para cassar o ex-prefeito Alcides Bernal, em 12 de março de 2014. Ninguém sai impune de tantas “alterações” e a resposta da população veio nas eleições deste ano com o fracasso do “nobre” edil.

Os vereadores Cazuza, Dr. Antonio Cruz e Chiquinho Telles foram reprovados nas urnas porque o tempo deles na Casa de Leis já passou e o fraco mandato dos três contribuíram para comprovar ainda mais isso. Cazuza ainda agravou a própria situação a bancar a candidatura do inexpressivo Esacheu Nascimento à Prefeitura de Campo Grande.