O Comando da Polícia Militar precisa urgentemente rever alguns conceitos em relação à concessão de homenagens em Mato Grosso do Sul. De acordo com o site MS em Brasília, o deputado federal Loester Trutis (PSL/MS), mais conhecido como “Tio Trutis”, recebeu, na semana passada, no Palácio Tiradentes, em Campo Grande (MS), a Medalha do Mérito concedida pela PM do Estado, porém, para quem não sabe, o “nobre” parlamentar está em vias de perder o mandato, pois inquérito da Polícia Federal apontou que ele forjou um atentado e chegou a ser detido por porte ilegal de armas de fogo.
A medalha é a mais alta honraria da PMMS e destina-se a reconhecer aqueles que tenham prestado relevantes serviços à corporação, no que diz respeito ao aperfeiçoamento e projeção da instituição. Quem conhece a trajetória do Tio Trutis sabe que ele não se enquadra em nada nessa discrição, pelo contrário, ele responde a um inquérito no STF (Supremo Tribunal Federal) desde 4 de novembro do ano passado, quando houve a “Operação Tracker” para apurar o suposto atentado sofrido pelo parlamentar.
O deputado federal é acusado de forjar o próprio atentado, que teria ocorrido em 16 de fevereiro de 2020, quando viajava de carro entre Campo Grande e Sidrolândia. Após oito meses de investigação, a Polícia Federal concluiu que o parlamentar montou a farsa para “obter dividendos políticos”, sendo que Tio Trutis responde ainda por porte ilegal de armas de uso restrito das Forças Armadas, além de ser acusado de lesão corporal dolosa, ameaça e tentativa de estupro contra a ex-amante em 2018.
O site MS em Brasília procurou o comando da PM, que informou, por meio da assessoria de imprensa, que a homenagem foi proposta pelo comandante-geral “em virtude de ter destinado à Polícia Militar emendas parlamentares para aquisição de viaturas operacionais e outros equipamentos utilizados na prestação de serviços à comunidade”. Se a moda pega, o nível dos homenageados pela PM vai diminuir muito nos próximos anos.
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