Tretas do Trutis! Deputado é um dos líderes da “farra” de R$ 1,3 milhão com dinheiro público

Quando todos pensavam que não podia piorar ainda mais a situação do deputado federal Loester Trutis (PSL/MS), mais conhecido como “Tio Trutis”, eis que o “nobre” parlamentar se supera e volta às manchetes dos sites de notícias do Estado. De acordo com o site “MS em Brasília”, Tio Trutis é um dos líderes de gastos da ordem de R$ 1.366.498,00 entre fevereiro de 2019 e junho de 2021.

Também fazem parte dessa “farra” com o dinheiro do contribuinte, conforme o site MS em Brasília, o senador Nelsinho Trad (PSD/MS) e o deputado federal Dagoberto Nogueira (PDT/MS). Os recursos fazem parte das cotas para exercício da atividade parlamentar (CEAP) do Senado e da Câmara dos Deputados.

Os gastos ocorrem sem qualquer fiscalização dos órgãos de controle, como TCU (Tribunal de Contas da União), MPF (Ministério Público Federal) e Polícia Federal, ou do Congresso Nacional. Em dois anos e meio de mandato, os três senadores e os oito deputados de Mato Grosso do Sul em Brasília gastaram R$ 1,7 milhão em consultoria, sendo 80% das cotas do Tio Trutis, Nelsinho Trad e Dagoberto Nogueira.

O deputado federal Tio Trutis descobriu a “mina de ouro” poucos meses depois de tomar posse. Nesse período, o parlamentar gastou R$ 1.039.960,79 da cota, dos quais R$ 421.265,00 em consultoria (43%). Os pagamentos a Agneli & Andrade Advogados tiveram início em maio de 2019. Em 2021, os reembolsos com consultoria passaram a ser feitos com notas de Jader Evaristo Tonelli Peixer Sociedade Individual de Advocacia.

Já o senador Nelsinho Trad, da bolada de R$ 674 mil utilizada em consultoria, usou 100% em uma única empresa, a Home Mix Produção e Assessoria em Radiodifusão, de Campo Grande, que trabalhou na campanha de eleição do parlamentar em 2018. Esse valor corresponde a 72,4% do total de R$ 932 mil torrados por Nelsinho entre fevereiro de 2019 e junho deste ano. Os pagamentos de quantias elevadas, de R$ 40 mil por mês, começaram a ser feitos em julho de 2019.

A história de Dagoberto com recursos da Câmara para pagamento de consultoria é bem mais antiga, desde 2015, quando o deputado passou a fazer pagamentos mensais a um escritório de Campo Grande, a Pereira & Góes Advogados. Um dos sócios da banca é advogado do PDT em Mato Grosso do Sul. Entre fevereiro de 2019 e junho de 2021, o pedetista torrou R$ 1.089.969,16, sendo R$ 271.233,34 em consultoria (24,6%).

Para Gil Castello Branco, secretário-geral da Associação Contas Abertas, com sede em Brasília, não há explicação sobre a contratação de consultorias pelos parlamentares, por meio da verba indenizatória. Segundo ele, Câmara e Senado têm consultores competentes, servidores públicos, aprovados em concursos considerados como dos mais difíceis no país, “aptos a realizarem estudos, pareceres, entre outros serviços”.