Tretas do Trutis! Após denúncia da PGR, patifaria de deputado sobre atentado pode custar o mandato

A vida não está fácil para o deputado federal Loester Trutis (PSL/MS), mais conhecido como “Tio Trutis”. Após ser denunciado pela PGR (Procuradoria-Geral da República) ao STF (Supremo Tribunal Federal) por forjar o próprio atentado em 2020, agora o “nobre” parlamentar vai ter de enfrentar o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados, que pode pedir a cassação do mandato de Tio Trutis.

Ele foi denunciado por três crimes: comunicação falsa de crime, porte ilegal de arma de fogo e disparo de arma de fogo. Em contato com a Secretaria–Geral da Mesa da Câmara dos Deputados, o responsável pelo setor jurídico informou que não há representação contra o deputado federal e que a Polícia Federal encaminhou os autos do processo para conhecimento do setor jurídico.

Foi explicado que existe a necessidade de haver representação formal contra o deputado federal por algum membro da sociedade, seja cidadão, organizações, sociedade civil organizada ou mesmo políticos em exercício. Se houver a denúncia formal à Mesa Diretora, o caso primeiramente é analisado pelos membros para decisão da necessidade ou não de haver representação.

Caso haja cassação de mandato de Tio Trutis, o suplente assume a cadeira na Câmara dos Deputados e, nesse caso, seria o produtor rural José Alves dos Santos, mais conhecido como “Zé da Viola”, que fez parte da coligação “Avançar com responsabilidade V”, composta pelos partidos Solidariedade/PSB/PTB/AVANTE/PMN.

O primeiro suplente era o ex-deputado federal Elizeu Dionízio, mas perdeu o direito após sair do PSB e se filiar ao MDB onde concorreu ao cargo de vereador para Campo Grande, mas não foi eleito. Zé da Viola é pai dos cantores Jads & Jadson e em 2004 foi eleito vereador por Ponta Porã. Em 2012 ficou como suplente de vereador no município e em 2018 a deputado federal.

STF

O vice-procurador-geral da República, Humberto Jacques de Medeiros, afirmou que a narrativa do deputado sobre o atentado é “falsa” e denunciou o parlamentar ao STF. Segundo a PGR, o deputado e o assessor Ciro Fidelis foram protagonistas da “empreitada criminosa e concorreram igualmente para a prática dos delitos”. Para Medeiros, a intenção do parlamentar era exclusivamente para explorar politicamente o fato, uma vez que é defensor do armamento popular.

Tio Trutis tem garantia de foro privilegiado, o que fez a PGR entender que a denúncia deveria ser na esfera do Supremo. Agora, a análise da denúncia e, se aceita ou não, está a cargo do STF com relatoria da ministra Rosa Weber.

Não há prazo definido para a aceitação ou não da denúncia. Trutis chegou a ser preso na Operação Tracker (que investigava o atentado fake), em novembro de 2020, após a PF ir até a residência e verificar que ele não tinha posse de arma de fogo. O alvará de soltura foi expedido horas depois pela mesma ministra, relatora do caso. Com informações do jornal O Estado MS