Terra sem lei! Pastor tem prisão decretada por lavar dinheiro do narcotráfico na fronteira

Um dos alvos da megaoperação desencadeada ontem (22) contra organizações criminosas instaladas no Paraguai, responsáveis por gigantescas cargas de cocaína enviadas de navio para a Europa e continente africano, o pastor José Insfran, líder da Igreja Centro de Renascimento, de Curuguaty, cidade paraguaia que faz fronteira com Paranhos (MS),  teve a prisão decretada.
Desde ontem, a operação já prendeu oito pessoas em território paraguaio. O trabalho é comandado pela Senad (Secretaria Nacional Antidrogas) e pelo Ministério Público do país vizinho, com apoio de agências internacionais.
Segundo o comando da operação, a igreja de José Insfran é investigada por lavagem de dinheiro do narcotráfico através de grandes eventos realizados em piscinas olímpicas e com a presença de apóstolos e profetas da congregação.
O promotor de Justiça Meiji Udagawa disse em entrevista à rádio La Unión, que o líder evangélico tem grande movimentação econômica através de operações suspeitas. O dinheiro lavado na igreja dele viria da Colômbia, segundo a investigação.
“Faziam encontros religiosos com pessoas provenientes de todo o país, levadas de ônibus com todas as despesas pagas para uma espécie de retiro. Chamou a atenção a grande movimentação dessa igreja, que sempre ganhava mais adeptos, porque distribuía dinheiro”, afirmou Meiji Udagawa.
Segundo o promotor, a investigação mostrou que o dinheiro da Igreja Centro de Renascimento foi usado para financiar campanhas políticas e para patrocinar times que sequer disputam a segunda divisão do futebol paraguaio, sempre com valores vultuosos.
Os policiais estiveram ontem na casa de José Insfran em Curuguaty, cidade de 56 mil habitantes pertencente ao Departamento de Canindeyú. O pastor não foi encontrado, mas o irmão dele, Conrado Ramón Insfran, foi preso.
Até hoje cedo, a Operação Ultranza já tinha confiscado 20 imóveis, 9 aeronaves, 20 caminhões, 7 carretas, 7 tratores, 20 veículos (entre eles três superesportivos Lamborghini), 6 máquinas agrícolas, 1.000 cabeças de gado e três iates, um deles – apreendido nesta quarta – avaliado em 4 milhões de dólares. Nenhuma das oito pessoas presas até agora é da fronteira com Mato Grosso do Sul. Com informações do site Campo Grande News