Tem explicação? Aneel anuncia inspeção na Energisa devido a “apagão” provocado por temporal

A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) já comunicou que fará uma inspeção na Energia, concessionária responsável pelo fornecimento de energia elétrica de 74 dos 79 municípios de Mato Grosso do Sul, devido ao “apagão” provocado por temporal no último dia 15 de outubro. De acordo com a Agência, apesar de ter recebido uma justificativa da empresa, vai apurar as informações enviadas.

Ainda conforme a Aneel, a concessionária alegou ser “uma situação nunca registrada em quase oito anos de concessão em Mato Grosso do Sul”. Além disso, confessou que precisou de 50 equipes de reforço vindas de 8 Estados para aumentar em seis vezes o efetivo para dar conta da demanda. O temporal ocorrido no dia 15 de outubro em Mato Grosso do Sul deixou milhares de clientes da Energisa sem fornecimento de energia por dias.

Moradores de 17 cidades e de pelo menos 67 bairros de Campo Grande chegaram a ter interrupção do fornecimento de eletricidade. Em alguns locais, como na zona rural de Rochedo, por exemplo, moradores ficaram mais de 5 dias sem energia. A situação causou muitos prejuízos. Com isso, nos dias 15 e 16 de outubro, o número de queixas contra a Energisa na Aneel saltou mais de 10 vezes a média normal. Assim, a agência reguladora viu a necessidade de apurar o ocorrido.

A Aneel segue um rito de fiscalização às distribuidoras de energia de todo o país. Primeiro, há um monitoramento baseado, justamente, no índice de reclamações que a concessionária possui na Aneel. No último ano, conforme dados da agência extraídos dos próprios canais de atendimento da Energisa, no período de agosto de 2020 a julho de 2021, foram contabilizadas 1.592.232 reclamações. Dessas, 14,33% são referentes à falta de energia elétrica, que totaliza 228.105 registros.

Após a detecção dos problemas da distribuidora, um relatório é elaborado e enviado para que a concessionária possa corrigir as falhas apontadas. Dessa forma, a Aneel inicia o acompanhamento das medidas adotadas para a correção dos problemas. Por fim, se mesmo assim a empresa persistir na falha, o processo segue para a notificação e punição. Ao assumir o controle da Enersul, em abril de 2014, a Energisa herdou o mesmo contrato de concessão do antigo grupo. Uma das exigências é que a concessionária adote tecnologia e métodos operativos que garantam níveis de regularidade e continuidade, por exemplo, que são indicadores sobre interrupções de energia.

Um dos principais indicadores de qualidade das distribuidoras de energia é o DEC (Duração Total das Interrupções). Nesse quesito, os dados mais recentes da Aneel indicam que a Energisa registrou, em 2020, locais com até 96 horas em média no ano, como o verificado na zona rural de Bonito. Para cada região atendida pela concessionária, há um limite de duração de interrupção permitido pela agência. Conforme a Aneel, dos 60 conjuntos atendidos pela Energisa, em 19 deles esse limite ultrapassou o mínimo aceitável, o que representa 31,6% dos locais. Com informações do site Midiamax