Surreal! Dona de 12 apartamentos no “Carandiru” ditava regras até sob tortura

As investigações da Polícia Civil descobriram que o condomínio invadido “Carandiru”, localizado no Bairro Mata do Jacinto, em Campo Grande (MS), alvo da operação policial “Abre-te Sésamo” na terça-feira (6), tinha uma “dona”.

 

Trata-se de Cleria Mari Souza de Lima, 44 anos, mais conhecida como “Teka”, que foi presa junto com o marido Rosivaldo Pereira, o filho adolescente de 17 anos de idade e outras sete pessoas durante a ação policial no início desta semana.

 

Ela seria a “proprietária” de pelo menos 12 apartamentos no “Carandiru”, que foi invadido em 1994, e morava no terraço do Bloco A. Na casa de Teka, os policiais encontraram um molho de chaves, entre elas estava a que abriu o local onde foram armazenados 32 tabletes de maconha, que totalizaram 11 quilos da droga.

 

Também foram localizados no imóvel diversos papelotes de maconha, assim como tabletes do entorpecente, grande porção de pasta base de cocaína e grande quantidade de dinheiro em espécie e moedas. Nas buscas pelos outros apartamentos, foram encontrados um revólver calibre 38, 19 munições, sendo quinze de 38, duas de calibre 9 mm e mais duas de calibre ponto 40.

 

Ainda foram apreendidos diversos objetos sem origem comprovada, como televisões, ferramentas, documentos, furadeiras, carregador de bateria, caixa de som, equipamento médico e uma espada com o brasão da República Federativa do Brasil. Além de R$ 208,39 em moedas internacionais entre pesos argentinos e euros, bem como R$ 11.332,00 em espécie.

 

As investigações apontaram que Teka se apresentava como “dona” do “Carandiru”, comandava as “ações criminosas do local” e seria “dona” de ao menos dez apartamentos no Bloco A e mais dois no Bloco C. Ela e o marido também seriam os responsáveis por emprestar armas de fogo para que outras pessoas cometessem crimes.

 

Ficou apontado ainda que o casal torturava e mantinha em cárcere quem desobedecia às regras locais e Teka controlava quem entrava e saía do condomínio. A mulher cobrava ao menos R$ 300,00 pelo aluguel dos apartamentos invadidos e se dizia “responsável” por todas as famílias que ali residiam.

 

Em depoimento, Teka optou por ficar em silêncio, enquanto o marido afirmou ser o dono da droga e da arma encontrada no apartamento do casal. Mas alegou desconhecer a origem dos entorpecentes achados no terraço do Bloco A e não soube explicar o porquê de estar com a chave que dava acesso ao local.

 

Os dois já acumulam diversas passagens pela polícia e tiveram a prisão preventiva decretada pela juíza Eucelia Moreira Cassal, assim como outras seis pessoas detidas na operação com porções de drogas que variam de 3,9 a 492 gramas. Já outras duas tiveram a liberdade provisória concedida.