Sem apoio de sem dinheiro, André busca caixa para “decolar” e pede à Justiça para vender terrenos

Com a falta de apoio financeiro para bancar suas pretensões políticas no próximo ano devido ao período em que passou atrás das grades, o ex-governador André Puccinelli (MDB) pediu autorização da Justiça Federal para vender quatro lotes no Residencial Damha I, famoso condomínio de luxo de Campo Grande (MS).

O MPF (Ministério Público Federal) já se manifestou favorável à alienação dos terrenos, que, conforme corretores do mercado imobiliário, podem render algo em torno de R$ 2,4 milhões ao italiano.

No despacho do juiz federal Bruno Cezar da Cunha Teixeira, da 3ª Vara Federal, publicados na terça (17) e quarta-feira (18), o ex-governador alega que pretende se desfazer dos imóveis para reduzir os gastos, pois, em média, o condomínio no residencial custa R$ 450 e ele pode estar tendo gasto extra de R$ 1,8 mil apenas com as taxas do local.

Porém, conforme fontes próximas de André Puccinelli, a venda dos imóveis é para fazer caixa para as eleições do próximo ano, quando ele tentará voltar à Governadoria. Antes de decidir sobre a autorização para vender os lotes, o magistrado mandou o ex-governador juntar as matrículas dos lotes ao processo.

Em média, cada lote no Residencial Damha I custa entre R$ 600 mil e R$ 700 mil, entretanto, há anúncios com o lote de 450 metros quadrados cotado a R$ 1,3 milhão. André está com os bens bloqueados desde a Operação Fazendas de Lama, denominação da 2ª fase da Lama Asfáltica, deflagrada em maio de 2016. Ele acabou sendo incluído em petição adicional do MPF protocolada após o cumprimento dos mandados de busca e apreensão.

Conforme o juiz, o emedebista é acusado de “direcionamento de licitações para favorecimento da PROTECO de João Amorim, superfaturamento de contratos em benefício desta empresa, contratação irregular da gráfica e editora Alvorada no fim do ano de 2014 pela Administração Pública Estadual para fornecimento de material escolar em circunstâncias condizentes com arrecadação de propina, pagamento dissimulado de propina por diversas empresas através de locações fictícias de maquinário, lavagem de capitais através da aquisição de propriedades rurais por pessoas ligados aos investigados e suas empresas, realização de empréstimos fraudulentos ou simulados para justificar as movimentações financeiras”.

No despacho publicado no dia 17 deste mês, o magistrado acatou pedido do ex-governador para usar o dinheiro bloqueado para pagar a perícia nas ações penais em que é acusado de desvios nas obras de pavimentação da Avenida Lúdio Coelho e a MS-430, entre São Gabriel do Oeste e Rio Negro. Ele também poderá sacar para pagar os honorários do assistente técnico da perícia. O Jacaré