Quem é de verdade o porteiro matador de policiais? Investigação não para, mas dúvidas continuam

Há uma semana a execução de dois policiais civis em pleno centro de Campo Grande (MS) quando transportavam um preso e um suspeito para ser interrogado chocou a cidade e também as autoridades da segurança pública de Mato Grosso do Sul.

Nos últimos dias, as investigações sobre o autor dos assassinatos, o suspeito

Ozeias Silveira de Morais, 45 anos, que acabou morto horas mais tarde durante um confronto com policiais, ainda precisam esclarecer muitas dúvidas e darem muitas respostas sobre o crime.

Afinal, Ozeias de Morais, até então, não tinha passagens pela Polícia e, a princípio, estava limpo até ser levado para prestar depoimento sobre um roubo a uma joalheria da Capital e, no caminho da Delegacia de Polícia, sacar o revólver que trazia escondido e dar dois tiros nas cabeças dos policiais civis Antônio Marcos Roque da Silva, 39 anos, e Jorge Silva dos Santos, 50 anos, que morreram na hora.

No entanto, a Polícia Civil garante que a “ficha limpa” do assassino escondia um criminoso experiente, capaz de roubar e matar a sangue frio, pois, apesar de ser apenas um segurança de um edifício, tinha em seu nome uma dezena de veículos avaliados em mais de R$ 250 mil.

Segundo a Polícia, pelo menos um dos veículos, um GM Cruze, Ozeias de Morais usou dinheiro sujo, produto do assalto a joalheria que os policiais estavam investigando e que foi cometido em 21 de maio por dois homens.

Além do GM Cruze, ele tinha também outros nove veículos registrados em seu CPF, sendo que dois carros eram alvos de cobrança por atraso nas parcelas e estavam com ações de busca e apreensão.

O Cruze ano 2012 era um deles. Segundo informado em processo judicial, o financiamento deixou ser pago a partir de agosto do ano passado. A dívida, em janeiro, estava acumulada em R$ 7,8 mil.

Tinha ainda uma ordem judicial de apreender o carro para quitar esse valor e ainda as parcelas a vencer, totalizando R$ 33 mil. Coincidentemente, no dia 9 de junho, mesmo data na qual os policiais morreram, a BV Financeira desistiu da ação de busca e apreensão por quitação do débito.

Essa pista, conforme apurado, está sendo seguida pela Polícia, que não revela detalhes do inquérito. A investigação está sob responsabilidade da Derf (Delegacia Especializada de Roubos e Furtos), na Vila Sobrinho, onde trabalhavam os investigadores assassinados por Ozeias de Morais.

Em razão da tragédia ocorrida com os investigadores, o inquérito sobre o roubo recomeçou e o novo ponto de partida foi o depoimento William Dias Comerlato, 30 anos, que estava na viatura sem identificação no momento das duas execuções. Ele é casado com uma sobrinha de Ozeias de Morais e disse à Polícia que não participou do assalto à joalheria, o que já foi confirmado, porém, teria feito um favor ao porteiro, que seria o de oferecer as joias no mercado clandestino.

William Dias segue encarcerado, mas porque já tinha mando de prisão para cumprir pena por violência doméstica, de dois anos de reclusão. Apenas o inquérito sobre o roubo de joias ficou com a Derf e as apurações sobre a morte dos policiais e o confronto no qual Ozeias de Morais acabou morrendo vão ficar a cargo da DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídio).

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