PRF tem pedido de prisão deferido e entrega-se à Polícia por homicídio de empresário na Capital

Condenado a 23 anos de prisão por homicídio do empresário campo-grandense Adriano Correia do Nascimento e pela tentativa de matar outras duas pessoas no dia 31 de dezembro de 2016, o policial rodoviário federal Ricardo Hyun Su Moon se apresentou à Polícia Civil no sábado (23), em Campo Grande (MS), após pedido de prisão ser expedido pela Justiça.

Na sexta-feira (22), o juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida, da 1ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande, expediu mandado de prisão contra o PRF, que se entregou ao Garras por volta de 16h30 do sábado. Conforme o delegado João Paulo Sartori, a prisão já foi comunicada ao juiz e uma vaga em sala de estado maior foi solicitada.

Ricardo Moon foi condenado em maio de 2019 a 23 anos e quatro meses de prisão pela morte do empresário e tentativa de homicídio de outras duas pessoas. Apesar da sentença, o PRF aguardava o trânsito em julgado em liberdade, porém, após ele perder mais um recurso no STJ (Superior Tribunal de Justiça), o magistrado determinou a prisão do policial rodoviário federal.

O crime

Na madrugada do dia 31 de dezembro de 2016, por volta das 5h40, na Avenida Presidente Ernesto Geisel esquina com a Rua 26 de Agosto, em Campo Grande, o policial rodoviário federal atirou no empresário e tentou matar outras duas pessoas. Ele deslocava-se para o trabalho em Corumbá (MS), conduzindo o veículo Pajero TR4, enquanto a vítima dirigia a caminhonete Toyota Hilux, acompanhada de outras duas pessoas, uma no banco traseiro e a outra no banco ao lado do motorista.

Segundo a denúncia, ao fazer conversão à direita, Adriano do Nascimento não percebeu a proximidade com o veículo do acusado e quase provocou um acidente de trânsito. Em seguida, o acusado abordou as vítimas, descendo do veículo, identificando-se como policial rodoviário federal e chamando reforço.

As vítimas chegaram a descer do carro e solicitaram que o acusado mostrasse sua identificação, visto que, pela vestimenta que trajava, não era possível saber se era mesmo policial rodoviário federal. Diante da recusa do acusado, eles retornaram ao carro e Adriano do Nascimento ligou a caminhonete, iniciando uma manobra para desviar do veículo do réu, que estava impedindo sua passagem.

Quando iniciou o deslocamento, o policial rodoviário federal efetuou disparos na direção do veículo, que se chocou com um poste de iluminação pública. Após o choque, uma das vítimas saltou do carro e percebeu que fraturou alguns membros, enquanto a outra vítima foi atingida por disparos. O motorista foi atingido e morreu no local.