Preso na Operação Courrier, advogado Bruno Ghizzi tem pedido negado e vai continuar preso

Preso desde março, o advogado Bruno Ghizzi, considerado peça-chave na “Operação Courrier”, deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) contra a “Sintonia dos Gravatas”, núcleo do PCC (Primeiro Comando da Capital) composta por operadores do Direito, teve o pedido de liberdade negado pelo juiz Márcio Alexandre Wust, da 6ª Vara Criminal de Campo Grande.

Segundo o magistrado, a prisão foi decretada para assegurar a aplicação da lei penal, bem como a garantia da ordem pública e conveniência da instrução criminal. Filho de defensor público em Mato Grosso do Sul, Bruno Ghizzi tinha fontes para conseguir dados sigilosos.

Com servidores da Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul, ele obtinha informações privilegiadas que beneficiavam as ações em que atuava. Conforme o Gaeco, o advogado também conseguia informações sigilosas de empresas de telefonia celular por meio de uma funcionária do setor administrativo, que atuava há mais de 10 anos no mesmo local.

Através dela, o filho do defensor público conseguia números de telefone e cadastros de pessoas físicas. “É esclarecido que o advogado, com auxílio de terceiros, sistematicamente violaria o sigilo de dados de pessoas diversas, no Estado de Mato Grosso do Sul, para atender interesses pessoais”, apontou o Gaeco.

No entanto, para os advogados Flávio de Oliveira Moraes e Jesuel Marques Ramires Júnior, a manutenção da prisão do cliente deles é baseada em fatos antigos narrados pelo MPE (Ministério Público Estado) através do Gaeco e que o réu não oferece perigo à sociedade. Com isso, eles informaram que já impetraram um novo pedido de habeas corpus em 2º Grau.

“É flagrante que a decisão responsável por manter a medida cautelar imposta ao Requerente não possui fundamento outro senão fatos pretéritos alavancados a estes autos pela manifestação do Ministério Público, de modo que não foram trazidos novos elementos que ensejariam por si só a sua segregação, demonstrando crassa desproporcionalidade”, citaram.