O ex-major PM Sérgio Roberto de Carvalho, mais conhecido como “Major Carvalho”, que foi preso na Europa na última terça-feira (21) por tráfico internacional de drogas, tem R$ 1,3 milhão para receber de aposentadoria como oficial da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul. Ele foi transferido para a reserva remunerada da PM em 1997 e, um ano depois, foi condenado a mais de 15 anos de prisão pelo tráfico de 230 quilos de cocaína.
Além disso, sofreu um processo para a perda do posto e da patente e, em junho de 2010, teve a aposentadoria suspensa. No entanto, em outubro de 2016, o desembargador Claudionor Miguel Duarte, do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), mandou a Agência de Previdência do Mato Grosso do Sul voltar a pagar a aposentadoria ao ex-major, sob pena de crime de desobediência.
A alegação é de que a condenação do Major Carvalho veio depois de ele ter sido transferido para a reserva remunerada. Os advogados querem que o Governo do Estado pague ao cliente R$ 1,3 milhão pelos seis anos que não recebeu o benefício.
Fama internacional
Foragido após ser condenado por esquema de tráfico internacional de drogas, Major Carvalho era procurado pela Interpol, que o chamava de “Pablo Escobar Brasileiro”, em uma referência ao narcotraficante colombiano. Ele foi detido com um passaporte mexicano falsificado na Hungria, onde estaria morando, e ainda não há a confirmação se ficará preso na Europa ou se será extraditado para o Brasil.
A Polícia Judiciária portuguesa e autoridades brasileiras auxiliaram na prisão. A polícia portuguesa liga o nome do ex-major a uma apreensão de quase 580 quilos de cocaína em um avião privado no mês de fevereiro. Foi aberta uma investigação para apurar se ele teria adquirido a empresa de aviação Airjetsul para usar os jatos no transporte de droga. O “Escobar Brasileiro” teria vivido em Portugal por dois anos antes de se mudar para a Hungria. Ele é tido pelos oficiais portugueses como um dos mais poderosos traficantes da América do Sul.
O ex-oficial da PM de Mato Grosso do Sul chegou a se esconder com uma identidade falsa como se fosse um empresário do Suriname que vivia em Marbella, uma cidade do sul da Espanha. Em agosto de 2020, ele foi preso sob suspeita de chefiar uma quadrilha que levou cocaína da América do Sul para a Europa, porém, pagou fiança e saiu da prisão.
Major Carvalho ainda inventou que o personagem que ele havia criado para viver com a identidade falsa teria morrido de Covid-19 (ele apresentou um atestado de óbito). Foi então que a Polícia Federal alertou as autoridades europeias que o homem, na verdade, era o ex-major. Depois disso, a polícia portuguesa achou a droga que teria sido levada à Europa por ele.
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