Polícia suspeita de participação de irmã na morte de pecuarista em condomínio de luxo na Capital

A Polícia Civil trabalha com uma nova hipótese para a morte por esganadura e asfixia da pecuarista Andreia Aquino Flores, de 38 anos, ocorrida na tarde de quinta-feira (28) em condomínio de luxo onde ela morava na Chácara Cachoeira, em Campo Grande (MS). Agora, surgiu a suspeita de que uma das irmãs da vítima seria cúmplice das funcionárias Jéssica Neves Antunes, 43 anos, e Lucimara Rosa Neves, 24 anos, mãe e filha, no homicídio.

Segundo o site Midiamax, depoimentos das duas funcionárias da vítima, que já estão presas pelo latrocínio – roubo seguido de morte -, confirmam participação da irmã da pecuarista no crime. Nos relatos, a informação repassada aos policiais da Derf (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos e Furtos) é de que a irmã de Andreia Flores manteve contato com a funcionária envolvida no assassinato.

A funcionária é apontada ainda como amante da vítima e chegou a relatar que recebia muita ajuda financeira da pecuarista para sanar as dívidas que tinha. Ela chegou a trabalhar por 7 anos com a família de Andreia Flores e a participação da irmã da vítima no assassinato teria acontecido após ela pedir ajuda para a funcionária para que documentos de quitação de uma dívida fossem assinados.

A dívida seria da venda de 400 cabeças de gado, em valor aproximado de R$ 8 milhões. Conforme relatado pelas autoras do crime, a intenção da irmã de Andreia Flores era “dar um susto” na vítima, mas não de assassiná-la. A irmã ainda teria dito para a funcionária que a pecuarista tinha problemas com bebidas e que ela deveria se aproveitar de um momento de vulnerabilidade para fazer com que a pecuarista assinasse os documentos e, para isso, receberia R$ 50 mil.

Com a proposta, a funcionária teria dias antes conseguido fazer com que Andreia assinasse os papéis. No entanto, a pecuarista acabou rasgando os documentos depois. Andreia Flores e a irmã eram investigadas pela Polícia Federal por contrabando de joias do exterior, além de tráfico de drogas. A família, envolvendo também a mãe das duas irmãs, tinha brigas judiciais por questões de herança, compra e venda de gado em valores que chegavam aos R$ 8 milhões.

As irmãs eram apontadas pela Polícia Federal como distribuidoras de drogas em um outro condomínio de luxo em Campo Grande. O cunhado de Andreia Flores também era investigado. Há ainda a informação de que a família teria tentado assassinar um traficante para roubar R$ 600 mil. Em outubro de 2021, a pecuarista procurou a Polícia Civil para relatar que foi vítima de ameaças por um desconhecido.

Ela recebeu mensagens de número desconhecido, pelo WhatsApp, exigindo R$ 40 mil pelo silêncio do suspeito. Caso contrário, o filho da vítima receberia fotos comprometedoras de Andreia Flores. Na ameaça, o autor dizia que a vítima tinha um prazo de meia hora para fazer a transferência do valor, ou as fotos seriam enviadas. A vítima não soube dizer na época se o autor do crime era um homem ou mulher.

Junto com a filha e o cunhado, a funcionária teria arquitetado o plano do falso roubo, chamando o cunhado para executar o plano. O trio teria se encontrado em uma pastelaria, no Tiradentes, para acertar detalhes do plano, três dias antes. Mãe e filha ainda teriam ido até uma loja para comprar um simulacro de arma de fogo e um boné.

No dia do crime, as duas funcionárias foram até ao supermercado deixando o carro sem travar, para que o cunhado entrasse e fosse com elas até o condomínio. Ainda no mercado, o cartão delas não teria passado pela compra de R$ 700 e Andreia Flores, então, teria feito um PIX no valor de R$ 1 mil.

Quando chegaram ao condomínio, o homem desceu do carro com a sobrinha, enquanto a funcionária permaneceu no veículo, para ‘dar fuga’. Ela chegou a dizer em depoimento que pensou em desistir do crime, mas que o cunhado insistia. Ele ainda teria dito que, ao invés de exigir R$ 50 mil de pecuarista, pediria R$ 80 mil, para que, caso fossem pegos, ‘o crime valesse a pena’.

Andreia Flores estava na sala quando os autores entraram. O homem a agrediu, tampou a boca da vítima com um pano e a esganava. Ela acabou desfalecendo e, após perceber a demora, a funcionária entrou na casa, encontrando a vítima já desacordada. Os suspeitos então levaram a vítima para o andar de cima.

A pecuarista foi colocada em um quarto, na cama, e a funcionária chegou a jogar água para ver se ela acordava. Os suspeitos fugiram e mãe e filha ainda mentiram sobre o sequestro. Assim que as equipes policiais chegaram no condomínio, as funcionárias disseram que tinham sido sequestradas no supermercado e obrigadas a levar dois bandidos até a casa da vítima.

Mas, foi descoberto pela investigação que as duas funcionárias teriam chamado o cunhado de 23 anos de uma delas para participar do falso roubo. O trio pretendia obter uma importância aproximada de R$ 20 mil que deveria ser exigida da vítima mediante transferência bancária PIX no momento do assalto.

Sobre outra investigação tocada pela Polícia Civil que tinha Andreia como autora, em relação a tentar manter o ex-marido, o delegado Francis Flávio Tadano Freire, da Derf, confirma que existe a apuração, mas que não há relação com o crime desta quinta-feira (28).

Ainda segundo a polícia, a pecuarista tinha relação de anos com as funcionárias. Ela seria, inclusive, madrinha de um dos filhos das mulheres. As duas devem passar por audiência de custódia somente no sábado (30).

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