Polícia do Paraguai mata 3 sequestradores na fronteira, que seriam ex-capangas de Pavão

Um confronte entre agentes da Polícia Nacional do Paraguai e da FTC (Força-Tarefa Conjunta) contra uma quadrilha de sequestradores deixou pelo menos três criminosos mortos e outros cinco presos na madrugada desta quinta-feira (17) na faixa de fronteira do país vizinho com Mato Grosso do Sul. O confronto ocorreu em uma propriedade rural em Cerro Memby, a 90 quilômetros de Ponta Porã (MS), na região de Yby Yaú, cidade localizada no Departamento de Concepción.

A fazenda pertence ao narcotraficante sul-mato-grossense Jarvis Gimenes Pavão, atualmente preso em território brasileiro. O porta-voz da FTC, Luis Apesteguía, disse que os suspeitos reagiram atirando e foram abatidos pelos policiais, sendo que a quadrilha se dedicava a extorquir comerciantes e fazendeiros.

Apesar de a região fazer parte da área de atuação do EPP (Exército do Povo Paraguaio), ele descartou ligação do bando com o grupo guerrilheiro. “Há informação de que pretendiam se passar por eles [EPP], mas não se relacionam com grupos ideológicos”, afirmou.

Pavão

O grupo criminoso desarticulado era formada por remanescentes da quadrilha chefiada pelo narcotraficante brasileiro Jarvis Gimenes Pavão. Um dos principais traficantes de cocaína da Linha Internacional, Jarvis é de Ponta Porã e foi sócio de Jorge Rafaat Toumani. Depois teria se aliado ao PCC (Primeiro Comando da Capital) e foi acusado de tramar com a facção a execução de Rafaat, em junho de 2016.

Nos últimos três anos, no entanto, as quadrilhas viraram inimigas e várias pessoas ligadas a Jarvis Pavão forame executadas, supostamente a mando do PCC. Conforme o chefe do departamento antissequestro da Polícia Nacional, Nimio Cardoso, após Jarvis Pavão ser entregue à polícia brasileira, a quadrilha passou a ser comandada por outro brasileiro, Eduardo Montiel Cavalheiro, o “Dudu”, braço-direito do narcotraficante.

Eduardo foi executado por pistoleiro em julho do ano passado em Amambai (MS). Depois disso, o grupo se uniu aos irmãos Ozuna López – Fermin, Luis, Ever, Nestor e Alejo – e passou a se dedicar ao tráfico de maconha, sequestros, extorsão, assaltos e homicídios. Ever Alejandro Ozuna López, apontado como o atual chefe da quadrilha, foi preso na operação de hoje. A polícia ainda não informou a identidade dos mortos e dos outros dois presos.

O chefe antissequestro afirmou que Ever Alejandro conta com cinco mandados de prisão, por homicídio, roubo e tráfico de maconha. Foragido do presídio de Concepción, é investigado também pelo sequestro da família Perotti, naquela mesma região do Paraguai, em novembro do ano passado.

Nimio Cardoso disse que a quadrilha dos irmãos Ozuna López também é suspeita de participação no confronto que resultou na morte do comissário da Polícia Nacional Rufino Acosta, em janeiro de 2019, na região de Capitán Bado, cidade vizinha de Coronel Sapucaia (MS).

“É um duro golpe para a quadrilha, que foi quase toda desarticulada. São bandidos bem estruturados, com armas pesadas”, disse Nimio Cardoso. Os policiais continuam na região do confronto atrás de outros membros do bando. Com informações do site Campo Grande News