PF cumpre mandado de prisão na Capital em operação contra tráfico de armas dos EUA  

A PF (Polícia Federal) cumpriu, na manhã desta terça-feira (15), um mandado de prisão em Campo Grande (MS) como parte da “Operação Florida Heat”, deflagrada em conjunto com o MPF (Ministério Público Federal) para desarticular uma organização criminosa voltada ao tráfico internacional de armas dos Estados Unidos para o Brasil.

Além de Campo Grande, também estão sendo cumpridos seis mandados de prisão preventiva e quatro de busca e apreensão no Rio de Janeiro (RJ) e em Miami, cidade norte-americana localizada no Estado da Flórida, onde a PF conta com o apoio da Agência de Investigações de Segurança Interna (Homeland Security Investigations – HSI) da Embaixada dos Estados Unidos.

Segundo a PF, as investigações já duram cerca de dois anos e foi descoberto que o grupo alvo da operação é responsável pela aquisição de armas de fogo, peças, acessórios e munições nos EUA, que em seguida eram enviados para o Brasil em contêineres, por rotas marítimas, e por encomenda postal, por avião, para os Estados do Amazonas, São Paulo e Santa Catarina, tendo como destino final uma residência em Vila Isabel, na cidade do Rio de Janeiro.

Na maioria das vezes, o material era acondicionado dentro de equipamentos como máquinas de soldas e impressoras, despachados juntamente a outros itens como telefones, equipamentos eletrônicos, suplementos alimentares, roupas e calçados. Desta residência, as peças eram retiradas pelos integrantes da célula no Rio de Janeiro – responsável pela usinagem e montagem do armamento, com auxílio de impressoras 3D (Ghost Gunner) -, que posteriormente eram distribuídas para traficantes, milicianos e assassinos de aluguel.

O dinheiro para a compra do armamento era enviado do Brasil para os EUA através de doleiros. Foi identificado um brasileiro, dono de churrascarias em Boston, que recebia parte desse dinheiro e repassava para os alvos residentes nos EUA. O bando investia o dinheiro adquirido com o tráfico de armas em imóveis residenciais, criptomoedas, ações, veículos e embarcações de luxo. Além das medidas judiciais já citadas, foi decretado o sequestro de bens, avaliados em cerca de R$ 10 milhões.

Ao longo da investigação, foram apreendidas milhares de armas, peças, acessórios e munições de diversos calibres, tanto no Brasil, quanto nos EUA. O nome da operação “Florida Heat” faz referência ao estado americano de onde as armas eram enviadas ao Brasil pelo grupo criminoso.

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