Parlamento cobra explicação sobre uso de munição do Exército em chacina na fronteira. É sério?

O parlamento do Paraguai cobrou, ontem (28), explicações da Dimabel (Direção de Material Bélico do Paraguai), agência controlada pelas Forças Armadas do país vizinho, sobre o uso de munições do Exército na chacina de quatro pessoas no dia 9 de outubro em Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia que faz fronteira com Ponta Porã (MS).

Os deputados paraguaios aprovaram requerimento apresentado pelos colegas Jorge Ávalos Mariño e Carlos María López, ambos do Partido Liberal Radical Autêntico, exigindo explicações sobre como as munições foram parar nas mãos do crime organizado. A Dimabel tem 15 dias para se posicionar sobre o suposto uso de armas e munições que são parte do arsenal sob seu controle.

Os parlamentares também quere os nomes dos responsáveis pela entrega das munições. Na semana seguinte à chacina, a Dimabel admitiu que parte das 117 balas de fuzil disparadas pelos três pistoleiros foi fabricada pela agência, mas não identificou para quais órgãos militares os lotes tinham sido distribuídos.

Investigada pelo Ministério Público do Paraguai por causa de armamento apreendido com traficantes e depois reencontrado nas mãos de bandidos, a sede da Dimabel na capital Assunção foi alvo no dia 5 deste mês de buscas da promotora de Justiça Alicia Sapriza e de agentes do Departamento de Crime Organizado.

A investigação foi iniciada após armas pertencentes a bandidos da facção criminosa Comando Vermelho terem sido apreendidas na tentativa frustrada de resgate do narcotraficante Marcelo Fernando Pinheiro Veiga, mais conhecido como “Marcelo Piloto”, em 2018, e depois encontradas com outros criminosos.

Na madrugada do dia 9 deste mês, o traficante Osmar Vicente Álvarez Grance, 29, o “Bebeto”, saía de uma festa com a namorada e amigos quando foi atacado a tiros de fuzil por três matadores. A chacina ocorreu no centro de Pedro Juan Caballero e, além dele, morreram as estudantes de Medicina Haylee Carolina Acevedo Yunis, 21 anos, filha do governador do Departamento de Amambay, Ronald Acevedo, a mato-grossense Rhamye Jamilly Borges de Oliveira, 18 anos, e a douradense Kaline Reinoso de Oliveira, 22 anos.

O narcotraficante Faustino Román Aguayo Cabañas, 44 anos, flagrado com a namorada na cela VIP que mantinha na penitenciária de Pedro Juan Caballero no dia 14 deste mês, é apontado pela polícia paraguaia como o mandante da chacina. Ele teria mandado eliminar Bebeto por ciúmes, já que o rapaz teria se envolvido com Mirna Keldryn Romero Lesme, 22 anos, a mulher encontrada na cela do bandido.

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