“O Facilitador que não facilita nada” é condenado Juiz condena a pagar R$ 13 mil a cliente da Capital

O juiz Alexandre Bonacul Rodrigues, da 3ª Vara do Juizado Especial Central de Campo Grande, condenou a OFX Assessoria Contratual Eirelli, mais conhecida como “O Facilitador”, a pagar R$ 13 mil por danos morais a um cliente, que procurou a empresa para amenizar os juros da compra de um carro. O Facilitador prometia facilitar a dívida e reduzir as taxas em até 70%, porém, ao acreditar que solucionaria o problema, ele enfrentou mais dores de cabeça.

Nos autos, o cliente relata que procurou a empresa em 2020 a fim de reduzir os juros do carro adquirido, tirou as dúvidas e foi garantido que não teria risco de busca e apreensão do carro. Então, leu o contrato e chegou à conclusão que a empresa não teria a capacidade para resolver o problema. No entanto, recebeu a garantia que O Facilitador ‘tinha uma equipe que resolveria todos os problemas’.

Ele assinou o contrato e, após oito meses, o morador recebeu uma notificação que o seu carro estava com busca e apreensão. Ao procurar a empresa, foi orientado a “esconder o veículo para não perdê-lo”, pois trabalhavam assim. O cliente disse que tentou rescindir o contrato, mas não conseguiu. Ele procurou o Procon, mas também não teve êxito. Foram realizadas audiências com as partes e, por fim, o juiz decidiu.

Na sentença, o magistrado pontua que a empresa alegou prestar os serviços contidos no contrato, mas, durante o processo, “não apresentou nenhuma comprovação de proposta para o banco credor ou que obteve êxito na formalização de alguma proposta de acordo”. A ré afirmou que chegou a realizar vários contatos com o banco, registrados em seu sistema, mas nos autos é citado que “não há nenhum documento que efetivamente comprove que a empresa enviou propostas constantes” ao banco.

Um dos clientes que se diz lesado pela mesma empresa é o professor Fernando dos Santos Chaves. Ele fez um vídeo expondo a situação e também criou uma página no Facebook e um grupo no WhatsApp, em que várias outras pessoas também afirmam que foram lesadas pela empresa.

O professor, que atualmente trabalha como vigilante, relata que pagava o financiamento de um carro de passeio — que está no nome da mãe dele. Ele viu a propaganda da empresa na televisão e se interessou pela possibilidade de reduzir o valor das prestações com a ajuda da empresa. Até então, segundo ele, as parcelas estavam todas em dia.

“Pelo comercial, parece que você vai conseguir êxito em baixar os valores das parcelas do seu carro. Procurei a empresa e nos orientou a não pagar as parcelas do carro e não atender os telefonemas do banco que financiou o carro”, conta. Ele pagou R$ 2,9 mil pelo serviço de assessoria em negociação de dívidas, mas acabou perdendo o veículo, que foi apreendido pelo banco.

Após a situação, Fernando procurou a Polícia Civil para fazer um boletim de ocorrência, mas foi orientado a procurar a Justiça para resolver a situação. A história de Fernando é bem parecida com a de Rozeli Paes. Ela pagou aproximadamente R$ 8,6 mil para a empresa fazer a negociação com o banco e acabou perdendo o dinheiro e o carro, um Voyage 2018. Rozeli conta que estava com os pagamentos do veículo em dia e procurou a empresa na expectativa de reduzir as parcelas e quitar logo o carro.

Segundo ela, a orientação foi a mesma dada a Fernando: não pagar as parcelas do carro e não atender as ligações do banco. Segundo Rozeli, o marido dela ainda questionou que se eles parassem de pagar o carro, o banco entraria com busca e apreensão, mas a empresa garantiu que isso não aconteceria. Ela deu uma entrada de R$ 800 e mais seis parcelas de aproximadamente R$ 1 mil, totalizando R$ 8.600 para a empresa fazer a negociação.

Depois do ocorrido, Rozeli disse que não esconderia o carro e procurou um advogado, tentou registrar boletim de ocorrência e procurou o Procon. Ela tentou reaver o dinheiro pago à empresa para fazer a negociação e usar para pagar as parcelas em atraso do veículo. Porém, não conseguiu e perdeu o carro em novembro do ano passado. Com informações do site Midiamax