No discurso só enganação, na prática interesses pessoais. Cuidado com eles eleitor. Vai vendo!

Os deputados federais de Mato Grosso do Sul Dagoberto Nogueira (PDT), Bia Cavassa (PSDB), Rose Modesto (PSDB), Loester Trutis (PSL) e Dr. Luiz Ovando (PSL) votaram a favor da “PEC dos Precatórios” ou “PEC do Calote”, como ficou conhecida a Proposta de Emenda à Constituição nº 23/21, que viabiliza o pagamento do Auxílio Brasil, substituto do Bolsa Família no valor de R$ 400. Além disso, dos outros três parlamentares federais do Estado, Beto Pereira (PSDB) e Vander Loubet (PT) faltaram à sessão, enquanto Fábio Trad (PSD) voltou contra.

A grande surpresa a favor do projeto do presidente da República, Jair Messias Bolsonaro (sem partido), foi o voto de Dagoberto Nogueira, que ajudou a aprovar a proposta em 1º turno com 312 votos favoráveis e 144 contrários. Agora, fica a pergunta: o que os “nobres” parlamentares vão alegar para os seus eleitores aqui em Mato Grosso do Sul, pois aprovaram uma medida que dá calote em aposentados, professores e demais trabalhadores do Estado e do resto do Brasil.

Afinal, de acordo com o texto aprovado, os precatórios para o pagamento de dívidas da União relativas ao antigo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef) deverão ser pagos com prioridade em três anos: 40% no primeiro ano e 30% em cada um dos dois anos seguintes. Essa prioridade não valerá apenas contra os pagamentos para idosos, pessoas com deficiência e portadores de doença grave.

Precatórios são dívidas do governo com sentença judicial definitiva, podendo ser em relação a questões tributárias, salariais ou qualquer outra causa em que o poder público seja o derrotado. Do total de precatórios previstos para pagamento em 2022, 26% (R$ 16,2 bilhões) se referem a causas ganhas por quatro estados (Bahia, Ceará, Pernambuco e Amazonas) contra a União relativas a cálculos do antigo Fundef. Parte dos recursos deve custear abonos a professores.

A PEC do Calote abrirá espaço fiscal para o governo pagar o Auxílio Brasil de ao menos R$ 400. O programa vai substituir o Bolsa Família, que vinha pagando uma bolsa mensal para 17 milhões de famílias. Bolsonaro pretende dobrar o valor para disputar o voto dos mais pobres. Apesar de integrar o PSD, que faz parte da base de Bolsonaro na Câmara dos Deputados, Fábio Trad votou contra a PEC. “Sou favorável à política de transferência de renda, mas esta PEC dos Precatórios está repleta de inconstitucionalidades. Financiar o Auxílio Brasil com a violenta supressão do direito de milhões de pessoas que aguardam 20, 30 anos na fila dos precatórios é uma atrocidade”, justificou-se.

Um dos mais fiéis ao presidente, Dr. Luiz Ovando comemorou a aprovação da PEC. “Estamos tentando fazer a coisa certa, respeitando a questão fiscal alinhada às questões sociais que são urgentes, pois a fome não espera”, explicou o parlamentar. A proposta ainda precisa ser votada em segundo turno na Câmara dos Deputados e ser aprovada em dois turnos no Senado. Bolsonaro precisa aprova-la até o final do mês para viabilizar o pagamento do benefício. Com informações do site O Jacaré