Mexendo com os mortos! MPE aciona Prefeitura na Justiça para interditar Cemitério Santo Antônio

Em razão do descumprimento de sentença de 2019 que obriga a gestão municipal a reparar danos ambientais e de licença de operação do local, o MPE (Ministério Público Estadual) pediu ao juiz Ariovaldo Nantes Corrêa, da 1ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos, a interdição do Cemitério Santo Antônio, localizado na Vila Santa Dorotheia, em Campo Grande (MS), até que a Prefeitura cumpra a decisão judicial sob pena de multa diária de R$ 5 mil.

Segundo o MPE, apenas em maio deste ano o município apresentou um planejamento, mesmo assim, para ser finalizado em 2027. Da sentença até o total cumprimento dela, em 2027, serão oito anos de espera para que os cuidados necessários sejam tomados, entre eles, o controle do chamado necrochorume, que é um chorume produzido pela decomposição dos cadáveres nos cemitérios.

O resíduo é contaminante e deve haver um preparo para que o solo possa ser protegido, com impermeabilização, conforme lei ambiental. Pelo cronograma municipal apresentado na ação de cumprimento de sentença, a notificação a familiares dos enterrados – para que adequem os jazigos – terminaria em 21 de fevereiro de 2023.

Já o monitoramento ambiental dos sepulcros, com análise se há materiais sendo lançados ao solo, começaria em outubro deste ano e o último seria apresentado em abril de 2027. Depois que a prefeitura apresentou o planejamento, o MPE se manifestou, enfatizando que “as obrigações indicadas não foram cumpridas pelo Município e, ao contrário do que alega, houve tempo mais que suficiente para a execução da ordem judicial vez que já transcorreu quase três anos do trânsito em julgado da condenação”.

Além disso, sustenta que o local funcionou sem licença ambiental por 10 anos – entre 2011 e 2022 – e ainda, que a emitida este ano foi concedida sem a completa regularização do empreendimento. “A Licença de Operação n. 03.160/2007 venceu em 29 de novembro de 2011 e apenas em 2022 a Semadur expediu nova licença à atividade poluidora”, reclama o MPE. Com informações do site Campo Grande News