“Lista negra” com supostos nomes de líderes do PCC na fronteira teria feito Fahd se entregar!

Os promotores de Justiça do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) avaliam que o empresário ponta-poranense Fahd Jamil Georges, 79 anos, preso desde o dia 19 de março, se entregou à Polícia Civil de Campo Grande por temer lista para executar os líderes do PCC (Primeiro Comando da Capital) na fronteira do Paraguai com Mato Grosso do Sul.

Segundo reportagem do jornal O Estado MS, o “Rei da Fronteira”, como era conhecido, ficou com receio depois que veio à tona que seu filho, Flávio Corrêa Jamil Georges, 36 anos, se uniu ao grupo de extermínio mantido por Jamil Name e Jamil Name Filho para executar as lideranças da facção criminosa e assumir o controle do tráfico de drogas e armas na fronteira.

Uma lista, elaborada por Flavinho, conhecido como “Príncipe da Fronteira”, contém pelo menos oito nomes de integrantes da quadrilha paulista. A maioria deles está envolvida na execução de outro ícone do eixo Ponta Porã e Pedro Juan Caballero, Jorge Rafaat Toumani, também familiar e espécie de braço direito de “Fuad” e seu clã, assassinado em 15 de junho de 2016.

O principal nome desse rol da vingança dos turcos contra a facção é o de Elton Leonel Rumich da Silva, o “Galã”. Preso em março de 2018 pela Polícia Federal em bairro de alto padrão do Rio de Janeiro (RJ), foi ele quem organizou a execução de Rafaat e iniciou o domínio do PCC na fronteira.

Desde agosto de 2017 ele não tinha mais vínculos com o bando após ser acusado de traição por desviar drogas e armas para quadrilhas rivais às dos paulistas, incluindo as milícias da capital fluminense, e arrumar brigas com o “clã Fuad” ao tomar rotas de contrabando de cigarros e eletrônicos, e casas de prostituição e jogos de azar sem autorização da liderança do bando.

Flavinho teria procurado a milícia dos Name para iniciar uma guerra contra os aliados de Galã. A descoberta foi feita pelo Ministério Público Estadual no âmbito da Operação Omertá, que desmantelou o grupo de extermínio em maio de 2019. O plano era isolar o traficante paulista em um presídio federal para cortar sua comunicação e assim iniciar os assassinatos em Pedro Juan Caballero.

Galã está no sistema prisional fluminense desde que foi detido. Para alcançar o objetivo, a milícia usaria os serviços de um policial federal e de um comparsa chamado de “Doutor Carlinhos”, que ainda não foi identificado pelos promotores. Fahd Jamil está detido em uma cela do Garras (Delegacia Especializada na Repressão a Roubos a Bancos, Assaltos e Sequestros), na região leste da Capital. Os Name seguem presos no Presídio Federal de Mossoró (RN).

Segundo o Gaeco, o PCC teve conhecimento, no ano passado, da lista dos marcados para morrer na fronteira. E teriam iniciado uma contraofensiva culminando, em novembro último, no sequestro, tortura e assassinato de quatro pessoas, dois deles familiares de Fahd, o filho de um amigo próximo e um de seus motoristas pessoais mais antigos. Investigação da polícia paraguaia aponta que o objetivo era executar Flavinho, o herdeiro vivo do império. Também jurado de morte, ele continua foragido.