“Justiceiros em ação”? Pistoleiros executam na fronteira dois primos com pelo menos 30 tiros

A fronteira do Paraguai com Mato Grosso do Sul teve mais um fim de semana violento com duas execuções na noite de ontem (01) em Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia que faz fronteira com Ponta Porã (MS). Os pistoleiros, chamados de “Justiceiros da Fronteira”, mataram, com pelo menos 30 tiros de pistola calibre 9 mm, os primos Robson Matines de Sousa, 21 anos, e Jeferson Martines de Souza, 18 anos, que eram brasileiros.

Com essas mortes, o número de execuções na região chega a 105 somente neste ano, sendo 14 mortes em janeiro, 10 em fevereiro, 21 em março, 8 em abril, 18 em maio, 16 em junho, 16 em julho e 2 em agosto. Os primos foram assassinados quando faziam uma caminhada pela rodovia PY 05, na saída para o Parque de Exposições da cidade paraguaia e próximo ao Hospital Viva Vida, uma das vítimas chegou a ser socorrida, mas não resistiu aos ferimentos.

Diversos projéteis de arma de fogo foram recolhidos no local e os pistoleiros fugiram, porém, ao lado dos corpos, foi deixado um bilhete escrito em uma cartolina verde dizendo que o crime era autoria dos “Justiceiros da Fronteira” e trazia a seguinte mensagem: “Comunicado: Para o G.D.C Guardiões do Brasil 7.4.3 e para EPP. Nós os justiceiros da fronteira deixamos bem claro a todos, que não vamos permitir roubo na fronteira de gente trabalhadora. Se vocês apoiam o que eles fazem serão os próximos. Ass.: Justiceiros…”.

Em uma rádio paraguaia, foi deixado um recado em que um grupo chamado de Guardiões do Crime (GDC) fazia ameaças ao grupo dos “Justiceiros da Fronteira” e que o GDC estaria apoiando o EPP (Exército do Povo Paraguaio). De acordo com a Polícia Nacional do Paraguai, testemunhas viram os atiradores em uma caminhonete Hilux, de cor preta, que tomou rumo ignorado após a execução.