Justiça descobre 70 imóveis em nome João Baird e de mais 3 réus da Lama Asfáltica

Ao buscar bens e contas bancárias para bloquear R$ 21,8 milhões, a Justiça Federal encontrou 70 imóveis urbanos e rurais e R$ 1,1 milhão depositados em contas bancárias do empresário João Roberto Baird, mais conhecido como “Bill Gates Pantaneiro”, e de outros três réus da “Operação Computadores de Lama”, como foi denominada a 6ª fase da “Operação Lama Asfáltica”.

Segundo o site O Jacaré, João Baird ofereceu uma fazenda em Corumbá (MS), que está avaliada em R$ 35,738 milhões, para substituir o bloqueio de R$ 8,4 milhões. Não é a primeira megapropriedade rural apresentada por um investigado na Lama Asfáltica, pois o também empresário Ivanildo da Cunha Miranda, o primeiro e único delator na operação, substituiu o bloqueio dos bens em troca da Fazenda São Bento, também no Pantanal, avaliada em R$ 68 milhões.

O pecuarista Élvio Rodrigues teria pago R$ 25 milhões pela Fazenda Santa Mônica e a propriedade ganhou os holofotes ao desmatar 20,5 mil hectares no Pantanal. Ao rastrear os cartórios, a Justiça encontrou 42 imóveis e mais R$ 276,5 mil nas contas de João Baird, que só deveria ter R$ 8,453 milhões sequestrados pela Justiça para garantir o ressarcimento dos cofres públicos.

Ele pretende substituir o bloqueio de tudo, inclusive vários veículos de luxo, pela fazenda de R$ 35,7 milhões. O MPF (Ministério Público Federal) avaliou o imóvel em R$ 29,9 milhões e o empresário Antônio Celso Cortez, dono oficial da PSG Tecnologia da Informação, é dono de 14 imóveis e mais de R$ 500 mil depositados em bancos.

Ele propôs substituir o bloqueio de R$ 1,916 milhão pelo bloqueio apenas de uma propriedade, avaliada em R$ 18 milhões. O MPF concluiu que o imóvel vale R$ 8,4 milhões e o empresário é dono de 60% (R$ 5,042 milhões). “O MPF alega que os aludidos imóveis apenas poderiam substituir a restrição inicialmente imposta sobre outros bens, mas não teriam aptidão para substituir a garantia que decorre do bloqueio de valores em dinheiro, dado que estes são dotados de maior liquidez”, relatou a juíza federal Júlia Cavalcante Silva Barbosa, substituta na 3ª Vara Federal de Campo Grande.

Acusado de ser “testa de ferro” de João Baird, o pecuarista Romilton Rodrigues de Oliveira é dono de oito imóveis e de R$ 384,2 mil depositados em contas bancárias. Ele teve R$ 6,5 milhões bloqueados, enquanto o ex-secretário-adjunto de Fazenda, André Luiz Cance, teve R$ 4,9 milhões bloqueados. Dono de seis imóveis, ele deve se livrar da constrição neste processo porque foi absolvido pela Justiça e, como a sua absolvição não foi anulada pelo TRF3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região), a decisão do juiz federal Bruno Cezar da Cunha Teixeira continua valendo neste caso.

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