Juíza aceita denúncia e policial civil que estuprou presa dentro de Sala Lilás acaba virando réu

A juíza Silvia Eliane Tedardi da Silva, da Vara Criminal de Sidrolândia, aceitou denúncia do MPE (Ministério Público Estadual) e o policial civil Elbelson de Oliveira, 41 anos, virou réu pelo crime de estuprar uma detenta de 28 anos dentro da “Sala Lilás” da Delegacia da Polícia Civil de Sidrolândia. Ele foi denunciado pelos crimes de estupro, importunação sexual e violência psicológica contra a mulher, sendo que o réu está preso preventivamente em uma cela da 3ª Delegacia da Polícia Civil de Campo Grande.

De acordo com a ação penal pública proposta pelo MPE contra o policial civil, entre os dias 4 e 11 de abril, o acusado estuprou a vítima, com abuso de poder, violando os deveres inerentes ao cargo e mediante grave ameaça. A acusação afirma que o policial constrangeu a vítima. A mulher estava presa na delegacia e foi constrangida a ter conjunção carnal ou praticar atos libidinosos com o acusado. É pontuado que o investigador submeteu a vítima, que estava sob guarda dele, a “intenso sofrimento mental, com medida de caráter preventivo”.

Ele ainda casou a ela dano emocional, mediante constrangimento, humilhação e ameaça, gerando prejuízo à saúde psicológica e autodeterminação da vítima. Também foi esclarecido que, em 11 de abril, o policial civil promoveu a entrada de um aparelho celular no estabelecimento prisional. Ainda de acordo com o MPE, no dia 4 de abril a vítima foi presa em uma das celas da delegacia. O policial civil denunciado estava de plantão e, por volta das 19 horas, retirou a mulher da cela e a levou até a Sala Lilás — espaço destinado ao atendimento humanizado de mulheres vítimas.

Assim, a mulher foi estuprada. Após o crime, ela foi obrigada a tomar banho em um banheiro na delegacia e novamente levada para a cela. O investigador chegou a dizer que, se ela contasse algo sobre os abusos sofridos, a mataria. “Falou que a buscaria onde quer que fosse para matá-la, que iria atrás dela até o inferno”, consta no registro. A vítima continuou presa na delegacia e, no decorrer daquela semana, o policial ia com frequência na cela, “fazendo de sua presença ostensiva uma forma de constrangimento e ameaça, causando-lhe intenso sofrimento psicológico”, diz o MPE. O policial ainda teria dito para a mulher que ela era sozinha neste Estado e que “ninguém daria falta dela caso sumisse”.

No dia 11 de abril, novamente de plantão, o investigador foi até a cela e retirou a vítima, a levando mais uma vez até a Sala Lilás. A mulher foi novamente estuprada e chegou a implorar para que o acusado não mantivesse relação com ela. Na ocasião, ele praticou atos libidinosos, conforme apontou a denúncia. A vítima voltou para a cela abalada, chorando, quando os outros presos desconfiaram e questionaram o que tinha acontecido. Foi quando descobriram os estupros.

O investigador acabou entregando um celular para os presos, tentando comprar o silêncio dos detentos, ato que foi filmado pelas câmeras de segurança. O caso acabou descoberto após os internos falarem com outro investigador, que precisavam entregar o celular para a delegada. Assim, o policial civil acabou preso em flagrante pelos estupros, teve a prisão convertida em preventiva, e a vítima ganhou liberdade provisória. Com informações do site Midiamax