JBS e a política pantaneira; denuncia de propina paga a Zeca desembarca na Justiça Federal da Capital

A pré-candidatura de Zeca do PT ao Senado pode sofrer um revés nos próximos dias caso a Justiça Federal de Campo Grande assuma o inquérito para apurar a denúncia de suposto pagamento de propina pela JBS ao deputado federal. A transferência do STF (Supremo Tribunal Federal) para uma das sete varas federais da Capital é defendida pela Polícia Federal e pela procuradora-geral da República Raquel Dodge.

Em março deste ano, por determinação do ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato e responsável pela homologação da delação premiada da JBS, o STF abriu inquérito contra o petista, que é acusado de cobrar 20% de propina dos incentivos fiscais concedidos à empresa. Além disso, os delatores o acusaram de receber R$ 3 milhões para a campanha eleitoral de 2010, quando disputou o Governo do Estado, sendo R$ 1 milhão doado oficialmente e R$ 2 milhões em espécie.

Em 23 de março, o ministro Celso de Mello determinou o encaminhamento do inquérito contra Zeca do PT à PF. No entanto, em 5 de maio passado, o STF mudou o entendimento sobre foro privilegiado e só manteve na corte os casos envolvendo deputados e senadores para apurar crimes cometidos no exercício do mandato.

O delegado Albert Paulo Sérvio de Moura, da Diretoria de Investigação e Combate ao Crime Organizado da PF, solicitou ao ministro para verificar se haverá mudança no foro da investigação contra o deputado federal, porque os supostos crimes foram cometidos no período em que foi governador de 2003 a 2010.

A procuradora-geral da República Raquel Dodge manifestou-se e pediu o encaminhamento da investigação contra Zeca para uma das sete varas federais de Campo Grande. Provavelmente, o caso ficará com as varas especializadas no combate à lavagem de dinheiro, que são a 3ª Vara Federal, comandada pelo juiz Bruno Cezar da Cunha Teixeira, ou a 5ª, presidida pelo juiz Dalton Kita Conrado.

O ex-governador teve sorte ao não ter o caso encaminhado para a 13ª Vara Federal de Curitiba, do juiz Sérgio Moro, famoso pela rapidez nos julgamentos e por ser carrasco dos petistas. Enquanto as sentenças saem a jato no Paraná, as ações tramitam de forma mais morosa em Mato Grosso do Sul.

Em caso de manutenção do inquérito no Supremo, onde o ritmo também é mais devagar, o delegado pede a prorrogação do prazo de mais 60 dias para realizar diligências. Zeca do PT nega que tenha cometido irregularidade e se socorre aos depoimentos dos próprios delatores, que não possuem números para embasar a denúncia de pagamento de propina.

 

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