Indo pra conta! Fahd Jamil é apontado como mandante das execuções de Betão e Celin em 2016

O empresário ponta-poranense Fahd Jamil, 79 anos, que está preso desde o dia 19 de abril em uma cela do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assaltos e Sequestros), foi denunciado como mandante das execuções de Alberto Aparecido Roberto Nogueira, o “Betão”, e do policial civil Anderson Celin Gonçalves da Silva. Os dois foram encontrados carbonizados na traseira de uma camionete em Bela Vista (MS), no dia 21 de abril de 2016.

Segundo o site Midiamax, a denúncia inicial apontava apenas Oscar Ferreira Leite Neto, o “Oscarzinho”, como autor do duplo homicídio. Desaparecido desde 2017, ele é considerado foragido após mandado de prisão ser expedido em abril de 2020, com validade até 2060. Agora, foi feito o aditamento da denúncia, apontando mais três pessoas como autoras no crime.

O aditamento é assinado por um promotor de Justiça de Bela Vista e por um promotor de Justiça do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), datado de 23 de abril. Além de Oscar, constam na denúncia Fahd Jamil, Melciades Aldana e Gabriel de Rossi dos Santos. Na peça, a acusação cita a Operação Omertà e o desmembramento das investigações de série de execuções.

De acordo com a denúncia, no dia 21 de abril de 2016, por volta das 6h10, na Rodovia MS-384, em Bela Vista, Oscarzinho e Gabriel teriam agido a mando de Fahd e Melciades. Assim, executaram Betão, apontado como conhecido pistoleiro naquela região, e o investigador Celin. Após o crime, Oscarzinho ainda teria destruído e ocultado os cadáveres das vítimas.

Segundo apurado pela acusação, Oscarzinho estava muito eufórico dias antes dos crimes, pois Betão e Celin, que eram amigos dele, iriam para a fronteira depois de aproximadamente 3 anos sem irem ao local. Eles teriam viajado até Bela Vista para pescar com os denunciados, mas também para “fazer um trabalho”, relacionado a uma cobrança.

No dia 20, Oscarzinho e Gabriel teriam ido até o pesqueiro em Caracol, com as vítimas. Em seguida, Gabriel foi para a casa do pai, adiantar os preparativos do churrasco, e uma hora depois as vítimas chegaram. Após todos deixarem a residência, Oscarzinho e Gabriel atiraram em Betão e Celin e colocaram os corpos na carroceria da Hilux prata.

O veículo foi deixado nas margens da rodovia e incendiado. Um terceiro envolvido no caso, Guilherme Gonçalves Barcelos, chegou a confessar que teria envolvimento no crime, mas afirmou que os autores dos disparos foram Oscarzinho e Gabriel. Guilherme chegou a ser preso, mas acabou cometendo suicídio em uma cela do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assaltos e Sequestros).

A investigação apontou que os denunciados teriam agido por motivo torpe, a mando de Fahd Jamil, para vingar a morte do filho Daniel Alvarez George, tendo como intermediário na execução Melciades Aldana, atualmente foragido pela Omertà. Foi apurado que Oscarzinho tinha relação íntima com Betão e até mesmo o chamava de pai, bem como a vítima o chamava de filho.

Além disso, no curso das investigações o Gaeco identificou que Melciades, o ‘Mariscal’, havia pesquisado várias vezes no Google nomes de pessoas que seriam ou foram assassinadas por um grupo liderado por Fahd. A partir da morte de Betão, Alciades começou a pesquisar o nome dele no Google, desde a noite do dia 20. No entanto, só no início da manhã do dia 21 os corpos foram encontrados e os fatos noticiados.

É apontado pelos promotores que momentos antes de pesquisar pelo nome de Betão, ainda no dia 20, Melciades checou notícias policiais em sites da região. Desta forma, o entendimento é de que ele agiu como intermediário nos homicídios, concluindo que ele tinha plena consciência das execuções.

Para a acusação, fica claro que Betão já não frequentava a região de fronteira, compreendendo Ponta Porã, Caracol e Bela Vista, por medo de vingança pela morte de Danielito, filho de Fahd. Foi constatado ainda que Gabriel esteve com as vítimas até o momento da execução, depois seguiu para Ponta Porã, onde chegou às 23h11 e confirmou as mortes aos mandantes.

A denúncia resulta do que foi apurado no âmbito da terceira fase da Operação Omertà, em que mandados foram cumpridos nas propriedades de Fahd. Ele permaneceu foragido desde então, mas se entregou à polícia no dia 19 de abril. Os acusados passam a ser denunciados pelos crimes de homicídio qualificado por motivo torpe, também por meio que impossibilitou a defesa da vítima, além da ocultação de cadáver imputada a Oscarzinho.

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