Indiciado por 4 estupros, o monstro se cala na polícia que pode chegar a ouvir 200 crianças

 A Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente) indiciou o fonoaudiólogo Wilson Nonato, de 30 anos, pelo estupro de quatro crianças em Campo Grande (MS). No entanto, o número de vítimas pode aumentar, pois famílias de 16 crianças já procuraram a Polícia Civil e ainda há uma lista com os nomes de 75 crianças que passaram por atendimento com o acusado em 2022. Mas a polícia pretende chegar a ouvir cerca de 200 crianças, ou seja, o número de vítimas poderá aumentar significativamente.

Segundo a delegada titular da Depca, Fernanda Mendes, Wilson Nonato foi interrogado sobre três inquéritos já instaurados, porém, permaneceu em silêncio alegando que daria esclarecimentos apenas em juízo. Apesar de não dar respostas, o acusado também não negou os crimes.

Preso preventivamente, ele foi encaminhado para o Presídio de Segurança Máxima da Gameleira. A delegada ainda relatou que em um dos crimes, Wilson Nonato chegou a tapar os olhos da vítima com a máscara de proteção para praticar o ato libidinoso.

A delegada esclareceu que outros 20 profissionais trabalham na mesma clínica de forma correta. O espaço já realiza atendimentos há mais de 10 anos e, logo após o ocorrido, a proprietária solicitou a instalação de câmeras de monitoramento nas salas e em todo ambiente.

Sobre o fato de os pais não poderem participar das sessões, a dona da clínica esclareceu que esta proibição não existe e que isso era algo que apenas o fonoaudiólogo fazia. Há suspeita de que ele tenha atendido ao menos 200 crianças desde que começou a trabalhar no local.

Natural de Manaus (AM), Wilson Nonato chegou em Campo Grande em abril de 2021 e logo começou a atender. Ele está preso desde o dia 9 de março, quando foi detido em flagrante por abusar de um menino durante a sessão de atendimento.

O fonoaudiólogo ficou em silêncio durante todo o interrogatório. A delegada explica que perguntou dos detalhes narrados pelos pacientes nos depoimentos, mas, calmamente, ao lado de advogado respondeu todas as interrogações com uma frase: “Eu manifesto o direito de ficar calado e só falar em juízo”.

O fonoaudiólogo foi indiciado por estupro de vulnerável, crime que prevê pena de 8 a 15 anos. A Polícia Civil trabalha para tentar identificar outras possíveis vítimas do acusado. A delegada ainda esclareceu que as famílias das outras 12 crianças que não confirmaram os abusos foram orientadas a encaminhá-las para tratamento psicológico.

Isso, porque como não se comunicam bem, têm problemas na fala, o fato de não terem confirmado os atos em depoimento não confirma totalmente que não tenham sofrido algum tipo de abuso por parte do fonoaudiólogo. Até o momento, todas as vítimas confirmadas do acusado são meninos. Ele conquistava a confiança dessas crianças e oferecia recompensas, como doces.

Durante os atendimentos, quando deitava os meninos na maca, passava a mão nos órgãos íntimos dos meninos. Em todos os inquéritos foi feito pedido de prisão preventiva do acusado.