O empresário de Osasco (SP), Afrânio Alberto da Silva Brocuá, 57 anos, garantiu ao site Campo Grande News que foi reconhecido pela Justiça paulistana, em julho de 2019, como filho do empresário campo-grandense Jamil Name, que faleceu no ano passado por Covid-19 quando ainda estava preso em Mossoró (RN) sob acusação de comandar milícia armada em Mato Grosso do Sul.
A família de Jamil Name questionou a decisão e a sentença definitiva sobre o caso está prestes a sair. O deputado estadual Jamilson Lopes Name (sem partido), filho do empresário, entrou com ação de produção antecipava de prova para que a paternidade de Afrânio Brocuá seja definida por meio de exame de DNA, mesmo que para isso, seja preciso exumação do corpo do pai.
Segundo Afrânio Brocuá, desde 2015, quando ele entrou com o processo de reconhecimento de paternidade pelo Estado de São Paulo, houve de sua parte pedido por exame de DNA. No entanto, conforme sentença de 1º Grau de julho de 2019, Jamil Name negou-se a fazê-lo, alegando que se opunha “à forma de realização da perícia”.
O empresário paulista, que ainda leva no papel o nome do pai que o criou, quer apenas o que é dele por direito. “Estou requerendo o que é meu e quero fazer as coisas conforme a Justiça, e não por fora, como chegaram a me propor”, comentou, dizendo que os atuais inventariantes de Name teriam oferecido quantia em dinheiro para que ele encerrasse a ação de paternidade e não participasse do inventário.
Afrânio Brocuá contou que foi procurado pelo pai Jamil Name quando tinha 18 anos, pois queria que o filho fosse morar com ele em Campo Grande. O empresário paulista recusou, mas, oito anos depois, aos 26 anos, passou um ano morando com a família aqui em Campo Grande e, posteriormente, foi fazer faculdade em Presidente Prudente (MS) e manteve contato com Jamil Name.
Ao finalizar os estudos, voltou para a casa da mãe e o distanciamento com a família foi retomado. “Hoje tenho uma vida estruturada, me formei em Direito, não exerço, mas tenho minha empresa, mas eu sei dos direitos que tenho”, sustentou, afirmando ter certeza que Jamil Name é seu pai e que ele não está pleiteando nada que não seja de fato seu, ao querer atestar a paternidade.
Em nota, o advogado da família Name, João Paulo Sales Delmondes, informou que Afrânio “não está agindo com a verdade”. Confira o posicionamento na íntegra. “Ele (Afrânio) já realizou um exame de DNA em 2005 onde ficou confirmado não ser filho de Jamil Name. Porém, no Estado de São Paulo ele insiste com uma ação temerária para colocar em dúvida o laudo produzido por instituto com mais de 30 anos de credibilidade.
Ele conta ainda que não é verdade que houve recusa de Jamil Name em fazer outro exame e sim um desconforto de saúde no dia da coleta e discordância com a forma em que ela seria realizada, colocando-se à disposição para fazer em outra data. O que mais causa estranheza é a vontade deliberada de Afrânio em ser herdeiro. Temos conhecimento que ele recebeu herança do seu verdadeiro pai biológico e agora quer outro para herdar novamente. Nunca houve proposta de acordo ou “acerto”. É ele quem busca vantajoso acordo em herança alheia.
O advogado acrescenta que a família ofereceu o pagamento de todas as despesas para Afrânio vir até Campo Grande e realizar novamente o DNA, sem a necessidade de devolver o valor investido. A família de Jamil Name adotará todas as medidas judiciais cabíveis para buscar a verdade, ficando à disposição para a realização do exame de DNA e prestar qualquer esclarecimento, até mesmo apresentando documentos que comprovam a verdade dos fatos”. Com informações do site Campo Grande News