Fundador do PT acusado de estuprar afilhada e a irmã fica em silêncio durante depoimento

Fundador do PT em Mato Grosso do Sul, o professor F.G.E., 55 anos, preso na sexta-feira (22) acusado de abusar da afilhada dos 8 aos 18 anos de idade, tendo-a estuprado aos 12 anos, e da irmã dela, manteve-se em silêncio durante depoimento realizado ontem (25) à delegada Joilce Silveira Ramos, responsável pelo inquérito junto à DAM (Delegacia de Atendimento à Mulher).

O procedimento durou aproximadamente 30 minutos e, na ocasião, ele foi questionado sobre os abusos pelos quais responde, mas não se manifestou. O advogado Samuel Chiesa disse que como o crime é apurado em segredo de Justiça, não poderia tecer comentários. O suspeito responde em liberdade.

Mesmo assim, a delegada explicou que com base no relato das vítimas, bem como no depoimento de testemunhas, há provas dos atos praticados. Ela disse ainda que é comum que mulheres abusadas durante a infância venham a relatar o ocorrido apenas depois de adultas. “É importante que elas façam a denúncia para que o crime seja investigado”, disse.

A afilhada hoje tem 18 anos e foi abusada quando menor. Conforme já noticiado, o caso foi descoberto pela família no dia 7 de dezembro. A garota, que atualmente mora em Campo Grande, estava na casa da mãe, juntamente com uma amiga. Na ocasião, a mãe estava de folga do trabalho e decidiu fazer um jantar, convidado amigos e pessoas próximas.

Entre elas estava o professor. Quando a vítima o viu, entrou em choque. A jovem se trancou no quarto com a amiga e começou a chorar muito. A mãe procurou saber o que estava acontecendo e tomou conhecimento, pela primeira vez e com detalhes, de como a filha havia sido abusada.

No dia seguinte, a jovem foi trazida de volta para a Capital e a irmã dela, que tem 15 anos, afirmou que também teria sido violentada pelo professor. A família relatou à Polícia Civil, que ambas as jovens tiveram problemas de depressão e tentaram suicídio. As tentativas contra a própria vida, inclusive, ocorriam logo após os abusos.

A mais jovem das vítimas explicou ainda que teria sido tocada várias vezes pelo professor enquanto esteve na casa da avó. O caso segue em investigação. Além destes dois casos, o professor também é investigado por estuprar uma mulher nos anos 90, quando ela tinha 15 anos. Hoje, a vítima tem 38 anos e decidiu delatá-lo.