EUA apontam empresa do ex-presidente do Paraguai como a 3ª maior fábrica de cigarro ilegal do mundo

Apuração das agências de inteligência dos Estados Unidos aponta que a empresa Tabacalera del Este (Tabesa), do grupo empresarial do ex-presidente do Paraguai, Horacio Cartes, como a 3ª maior fornecedora mundial de cigarros contrabandeados no mercado, com 62 bilhões de unidades de cigarros por ano, ficando atrás sobre dos Emirados Árabes Unidos e da Coreia do Sul.

A empresa Cartes está localizada atrás de fábricas nos Emirados Árabes Unidos, que fornecem 80 bilhões de cigarros anuais, e da Korea Tobacco e Ginseng Corporation, que é considerada a maior fornecedora, com 188 bilhões de cigarros por ano.

Os relatórios dizem que os cigarros produzidos pela empresa paraguaia Tabesa deixam o país vizinho contrabandeados estão diretamente ligados às organizações criminosas brasileiras, como o Primeiro Comando da Capital (PCC), que opera na fronteira com Mato Grosso do Sul.

Eles também indicam que a organização terrorista pró-iraniana Hezbollah poderia estar se beneficiando do esquema, já que vários de seus membros seriam dedicados à lavagem de dinheiro do mercado negro dos cigarros.

As fontes também considerar que nos últimos anos cresceu a interferência do PCC no contrabando de cigarros do Paraguai porque é um produto que no Brasil gera lucros fáceis e cujo transporte ilegal não era coibido pelas autoridades paraguaias nos últimos cinco anos.

Assim, era mais fácil e mais lucrativo “trabalhar” com cigarros do que com drogas ilícitas, como cocaína ou maconha. Na verdade, nenhuma intervenção feita pelas instituições de supervisão pública durante o governo de Horacio Cartes nos portos clandestinos que operam, por exemplo, em Ciudad del Este, nas margens dos rios Paraná e Acaray, nos bairros de San Rafael, Remansito e San Miguel.

Por outro lado, em Foz de Yguaçu, no Paraná, as forças de segurança brasileiras foram forçadas a implementar patrulhas constantes na hidrovia, na tentativa de reduzir a passagem de cigarros e contrabando de mercadorias ddo Paraguai.

As forças de segurança do Paraguai também não faziam intervenções nos portos clandestinos no Lago de Itaipu, entre Hernandarias e Salto del Guaira, ou nas fronteiras entre Amambay e Mato Grosso do Sul para conter o contrabando.

Isto permitiu que a estrutura utilizada por contrabandistas fosse reforçada para o ponto em que o Grupo Canindeyú utilizasse sete grandes barcos, colocados em abrigos importantes para transportar centenas de cigarros fabricados por Tabesa e outras indústrias em poucas horas.

Isto foi revelado pela operação levada a cabo pela Unidade de Inter-Agência para a Prevenção, Combate e Repressão ao Contrabando (UIC) e pela Secretaria Nacional Antidrogas (Senad) na semana passada em Salto del Guaira.

Eles confiscaram 30 barcos, 19 veículos e quase 5 mil caixas de cigarros, em sua maioria feitas pela Tabesa. Toda a estrutura desmontada pertencia a pelo menos cinco grupos de contrabandistas especializados no envio de cigarros ao Brasil, à noite, pelo Rio Paraná e pelo lago de Itaipu.

Relatórios das agências de inteligência dos EUA apontaram que, no ano passado, a política de segurança de Donald Trump incluía um esforço maior na luta contra o contrabando e a luta contra o crime organizado, colocando ênfase no Paraguai.

A recusa em renovar o visto do atual ex-presidente Horacio Cartes já seria uma das indicações dessa posição. Desde a terça-feira da semana passada, o governo Trump não renovou o visto para Horacio Cartes e cancelou o que ele tinha recebido quando era presidente. Por essa razão, ele não poderá entrar nos Estados Unidos e, se tentar, será deportado.

Essa decisão foi tomada, de acordo com fontes, por causa de sua ligação com o contrabando de cigarros e de que há evidencias de sua relação com o seu “irmão espiritual” Dario Messer, doleiro fugitivo da Justiça do Brasil e do Paraguai, que é considerado um dos grandes responsáveis pela lavagem de dinheiro movida ilegalmente no Brasil e descoberta pela Operação Lava Jato.e