Crimes virtuais com PIX dobram e até perfis fakes de militares dos EUA estão sendo usados

Em tempos de alta tecnologia, os criminosos e golpistas de plantão tiveram de se aprimorar para fazerem novas vítimas em Mato Grosso do Sul. Levantamento do site Campo Grande News aponta que os crimes virtuais dobraram no Estado no comparativo entre 2020 e o ano passado.

Os golpes abrangem novas tecnologias, como o PIX, mas as modalidades mais comuns são as que envolvem pessoas em busca de parceiros. Nesta classificação entram o “Romance Scams”, em que o golpista se passa por militar dos Estados Unidos à procura de namorada, e o “SexStorsion”, em que fotos de mulheres bonitas viram iscas para conversas de cunho sexual e futuras extorsões.

O número de registros praticamente dobrou do ano de 2020 para 2021, saltando de 1.781 para 3.529 ocorrências. Neste ano, de janeiro até 15 de abril, já foram registrados 1.126 casos de crimes virtuais. Os dados são da Polícia Civil, que detalhou medidas de segurança.

De acordo com a Polícia, crimes cibernéticos são aqueles que utilizam computadores, redes de computadores ou dispositivos eletrônicos conectados para praticar ações criminosas, que geram danos a indivíduos ou patrimônios, por meio de extorsão de recursos financeiros, estresse emocional ou danos à reputação de vítimas expostas na Internet.

A classificação é ampla e compreende desde ações relacionadas a bullying digital e ataques à reputação em redes sociais até crimes que usam malwares para, por meio de engenharia social ou vulnerabilidades técnicas, provocar danos ou prejuízos financeiros.

Há alguns tipos de golpes mais comuns e que podem acontecer com mais frequência envolvendo relacionamentos, também chamados de “Catfish” ou “Romance Scams”. Em alguns destes golpes os autores usam nomes e fotos de militares, sejam aposentados ou não, principalmente de outros países, como dos Estados Unidos.

As vítimas são escolhidas pelo seu perfil das redes sociais. Depois de algum tempo de relacionamento, quando a vítima cede confiança para o suposto namorado, ele acaba criando uma situação em que ela adianta algum dinheiro ou empresta para o namorado na expectativa de vê-lo em breve ou ser ressarcida.

Esses golpes fingindo ser militares dos Estados Unidos ficaram tão comuns, que as Forças Armadas Norte-Americanas divulgaram uma ficha instrutiva através do endereço: https://www.army.mil/socialmedia/scams/

Já o “SexStorsion” é um dos golpes mais comuns envolvendo homens como vítimas, pois os perfis falsos de mulheres bonitas, que na maioria das vezes alegam ser gaúchas ou catarinenses, estabelecem contato com a vítimas do sexo masculino através das redes sociais.

Com alguns dias ele é levado a uma conversa de teor sexual com troca de fotos e/ou vídeos íntimos, com pedido posterior de dinheiro para evitar a divulgação deste material. Os alvos normalmente são homens casados. Em alguns dos casos, após a troca de fotos/vídeos íntimos, os autores ainda pressionam a vítima psicologicamente dizendo que a mulher que ele se envolveu é menor de idade.

Eles incluem uma terceira e uma quarta pessoa alegando ser o pai da menina e um suposto delegado de polícia, que pede indenização para não processar criminalmente a pessoa alvo do crime.

A forma mais segura para se proteger é adotar algumas posturas quanto ao uso da internet, como utilização de senhas diferentes para contas bancárias, e-mails, redes sociais, trabalho e sites diversos.

Além disso, deve se evitar programas piratas, adotar a utilização de antivírus, pelo menos os gratuitos, mesmo em dispositivos mobile ou tablets, evitar ao máximo a utilização de redes de internet públicas, como de aeroportos, shoppings, hotéis, cafés e outros estabelecimentos, e desconfiar quando alguém lhe pede qualquer código de segurança ou autenticação, principalmente se o contato for via telefone.

Sobre o PIX, um critério de segurança é a configuração de limites de transferências e pagamentos junto ao banco.