Computador de advogada de Três Lagoas tinha plano do PCC para sequestrar agentes federais

O computador da advogada Kássia Regina Brianez Trulha de Assis, de 41 anos, presa na última quarta-feira (10) em Três Lagoas (MS), tinha arquivado o plano de sequestro de servidores públicos federais que seriam moeda de troca para a libertar líderes da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) encarcerados em presídios federais.

Segundo informações apuradas pela PF (Polícia Federal), o PCC levantou os nomes de servidores públicos federais para sequestrá-los e usá-los para libertar Marco Willians Herbas Camacho, de 54 anos, o “Marcola”. Essas informações foram coletadas após análise dos dados armazenados em computadores da advogada Kássia de Assis durante a “Operação Anjos da Guarda”, deflagrada contra o plano de resgate de lideranças do PCC.

Ainda de acordo com as investigações da PF, no relatório analisado havia um recado dizendo que caso não houvesse a negociação após o sequestro dos servidores, eles deveriam ser assassinados. Kássia de Assis defendia presos ligados ao PCC em penitenciária estadual de Campo Grande e em presídios federais.

A advogada passou por audiência de custódia na quinta-feira (11) e teve a prisão mantida pela Justiça. Ela está detida na sala de Estado-Maior destinada à prisão de advogados. A sala fica no Presídio Militar de Campo Grande, no Jardim Noroeste.

Além de Marcola, os outros presos alvos do resgate seriam, conforme a PF, Reinaldo Teixeira dos Santos, o Funchal, condenado pela morte do juiz Antônio José Machado Dias, em março de 2003, em Presidente Prudente, a mando do PCC; Valdeci Alves dos Santos, o Colorido; Esdras Augusto do Nascimento Júnior; e Edmar dos Santos, o Quirino. Todos estão presos em presídios federais.

O advogado Geilson da Silva Lima, que faz a defesa de Kássia de Assis, disse que já pediu à Justiça a prisão domiciliar da advogada, porque ela tem um filho menor com problemas de saúde. O pedido ainda não foi analisado. Indagado sobre as informações contidas no computador de sua cliente apreendido pela PF, ele afirmou desconhecer essa informação.